Deus

Deus. Um dos mais potentes e sábios dos seres sobrenaturais inventados por algumas religiões. Há pelo menos tantas deidades quanto são as religiões. Algumas são imaginadas como sendo materiais e perceptíveis, enquanto outras se afiguram não serem nem uma coisa nem outra; algumas são postuladas como imortais ou mesmo eternas, outras não; algumas são prestimosas e misericordiosas, outras não prestam nenhuma ajuda e são cruéis; algumas são solteiras, outras possuem famílias e corte. A possibilidade de existência de divindade coloca interessantes problemas filosóficos, tais como os da evidência para a crença religiosa, o alcance da liberdade humana, a fonte última do bem e do mal, e a possibilidade do livre-arbítrio e da responsabilidade. Por exemplo, se Deus é onipotente, então o homem não pode ter livre-arbítrio, e ele peca apenas por procuração, portanto ele não deveria ser punido. Se, por outro lado, o homem possui livre-arbítrio, então ele pode pecar, e assim Deus, seu criador, é indiferente ou mesmo perverso. (1)

Deus. (Do gr. theos, o que vê). A palavra tomou a significação de princípio de explicação de todas as coisas, da entidade superior, imanente ou transcendente ao mundo (cosmos), ou princípio ou fim, ou princípio e fim, ser simplicíssimo, potentíssimo, único ou não, pessoal ou impessoal, consciente ou inconsciente, fonte e origem de tudo, venerado, adorado, respeitado, amado nas religiões e nas diversas crenças. Deste modo, em toda a parte onde está o homem, em seu pensamento e em suas especulações, a ideia de Deus aflora e exige explicações. É objeto de fé ou de razão, de temor ou de amor, mas para ele se dirigem as atenções humanas, não só para afirmar a sua existência, como para negá-la. (2)

Deus ex Machina. Literalmente, Deus provindo de uma máquina. Nos dramas greco-romanos surgia, subitamente do solo, um deus, graças a um processo mecânico, e quase sempre para dar uma solução a uma dificuldade dramática. Desde então emprega-se essa expressão para referir-se à pessoa, à coisa e ao conceito, que é artificialmente introduzido para resolver uma dificuldade teórica ou prática.

Assim o flogístico, para explicar a combustão, era um deus ex machina para resolver uma dificuldade teórica. (2)



(1) BUNGE, M. Dicionário de Filosofia. Tradução de Gita K. Guinsburg. São Paulo: Perspectivas, 2002. (Coleção Big Bang)

(2) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.