Ética

Ética. Do gr. ethos significa originalmente morada, seja o habitat dos animais, seja a morada do homem, lugar onde ele se sente acolhido e abrigado. O segundo sentido, proveniente deste, é costume, modo ou estilo habitual de ser. A morada, vista metaforicamente, indica justamente que, a partir do ethos, o espaço do mundo torna-se habitável para o homem. Assim, o espaço do ethos enquanto espaço humano, não é dado ao homem, mas por ele construído ou incessantemente reconstruído. (1)

Ética. O estudo das morais. a. Científica - O ramo da psicologia social, da antropologia, da sociologia e da história, que estuda a emergência, a manutenção, a reforma e o declínio das normais morais. b. Filosófica - O ramo da filosofia que analisa conceitos morais (tais como os da bondade e da verdade moral) e preceitos morais (tais como os da reciprocidade). (4)

Ética Deontológica. Uma ética apenas de deveres. Ela pode ser consequencialista, como a maioria das éticas cristã, ou inconsequencialista, como a de Kant. (4)

Ética analítica. É o ramo da ética filosófica ou geral que explora a natureza da moralidade em si. (2)

Ética cristã. Estudo de como os homens devem viver do modo como foi informado pela Bíblia, pela tradição cristã e pelas convicções religiosas. (2)

Ética da Reforma. Na fundação da ética da Reforma se acha o ensinamento de que os homens são incapazes de agradar a Deus a não ser pela graça divina concedida em Cristo, e de que a vida ética aflora do trabalho de regeneração do Espírito Santo. (2)

Ética deontológica. O método de raciocínio moral que afirma que a propriedade moral de um ato reside tão-somente no ato, estando de algum modo ligado ao que é intrínseco ao próprio ato, e não depende da intenção nem do motivo do que age. (2)

Ética dialética. Qualquer filosofia ética cujos princípios para a interpretação da vida moral indicam os elementos conflitantes que devem ser mantidos em tensão. O núcleo da ética dialética jaz no paradoxo entre a afirmação e a contra-afirmação. Exemplo: determinismo e livre-arbítrio. (2)

Ética do Antigo Testamento.

Ética do fazer

Ética do Novo Testamento.

Ética do ser.

Ética do trabalho.

Ética evangélica.

Ética existencialista.

Ética feminista. Reflexão ou teorização ética que situa suas suposições básicas no pensamento feminista contemporâneo. (2) 

Ética institucional. Exploração da compreensão normativa de como as instituições são estruturas e dirigentes. (2)

Ética na informática

Ética na propaganda

Ética psicológica. O estudo de como as capacidades morais se desenvolvem na pessoa e de como o conhecimento científico a respeito da psique humana informa juízos sobre o correto e o bem. (2)

Ética tecnológica. O estudo das implicações da tecnologia em geral ou das tecnologias específicas para o comportamento moral, bem como a aplicação dos princípios morais ao uso da tecnologia. (2)

Ética teleológica. Uma abordagem do raciocínio moral, algumas vezes conhecido como consequencialismo, que afirma que a correção ou a impropriedade de um ato é determinada por seu resultado, isto é, pela qualidade de bem que produz ou pelo mal que evita. Assim em qualquer situação o agente moral deve perguntar qual ação produzirá o melhor equilíbrio possível do bem sobre o mal. (2)

Ética do Meio Ambiente. Em geral, a ética lida com os problemas suscitados pelos desejos e necessidades humanos: a obtenção de felicidade ou a distribuição de bens. quando se pensa especificamente acerca do meio ambiente, o problema central consiste na atribuição de valor independente a coisas como a preservação das espécies ou a proteção da vida selvagem. Essa proteção pode ser defendida como um meio para garantir as necessidades humanas básicas, encarando os animais, por exemplo, como uma fonte futura de medicamentos ou de outros benefícios. No entanto, muitos filósofos desejariam reivindicar um valor absoluto  e não utilitarista para a existência de locais e seres selvagens; seu valor é precisamente sua independência em relação à vida humana: "eles nos reduzem à nossa importância relativa". Não conseguir apreciar isso não é apenas uma incapacidade estética, mas também uma falta de humildade e respeito: é uma incapacidade moral. O problema consiste em conseguir exprimir esse valor e usá-lo contra os argumentos utilitaristas que defendem a urbanização de áreas naturais e a exterminação das espécies de forma um tanto arbitrária. (3)

Ética e Moral. A distinção entre as duas se impõe por diversos motivos e razões. Se os termos mos, em lat., e ethos, em gr., serviram para nomear duas disciplinas, estas se distinguem, embora a segunda se subordine ontologicamente à primeira. Se a filosofia clássica não distinguia propriamente a ética da moral, pois ambos termos eram usados como sinônimos, é preciso considerar que, após o advento das ideias modernas e das diversas posições tomadas ante essas disciplinas, há necessidade de distingui-las. Pois enquanto a segunda se refere aos costumes estabelecidos entre os homens, a primeira dedica-se ao estudo das normas éticas invariantes. Para quem se coloca na posição que afirma não ter a ética outra origem senão os costumes humanos, para quem assume uma posição sociologista, empirista, positivista, pragmatista, etc., é válida apenas a moral, e neste caso, a ética é apenas aquela: a ciência dos costumes humanos. Para quem busca as raízes mais profundas dos costumes, as leis invariantes que os regem, considera aqueles como símbolo das normas éticas que são os simbolizados. Neste caso a ética já impõe uma via symbolica, pois é mister partir do que se dá na experiência humana para captar os logoi que analogam os costumes. Tais logoi serão as razões éticas superiores, cuja busca cabe propriamente ao etólogo. (5)


(1) NOGUEIRA, J. C. Ética e Responsabilidade Pessoal. In MORAIS, R. de. Filosofia, Educação e Sociedade (Ensaios Filosóficos). Campinas, SP, Papirus, 1989.

(2) GRENZ, Stanley J. e Smith, Jay T. Dicionário de Ética: mais de 300 Termos e Ideias Definidos de Forma Clara e Concisa. Tradução de Alípio Correio de Franca Neto, Glasfira Antas, Sandra Maia Franca. São Paulo: Editora Vida, 2005

(3) BLACKBURN, Simon. Dicionário Oxford de Filosofia. Consultoria da edição brasileira, Danilo Marcondes. Tradução de Desidério Murcho ... et al. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

(4) BUNGE, M. Dicionário de Filosofia. Tradução de Gita K. Guinsburg. São Paulo: Perspectivas, 2002. (Coleção Big Bang) 

(5) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.