Behaviorismo

Behaviorismo. Do inglês behaviourism. Psic. Método de observação que tem por objetivo o estudo das relações entre os estímulos e as respostas do sujeito. Encicl. Surgido no começo do século XX nos E.U.A. (J. B. Watson), o behaviorismo permitiu que a psicologia fosse elevada ao nível de ciência objetiva, institucionalizando-se como disciplina universitária autônoma, graças principalmente a Clark Hull, Edward Tolman e Burrhus Skinner. (1)

Behaviorismo. Do inglês behaviour, comportamento. Em psicologia, o behaviorismo, associado a Watson e a pesquisadores como Ivan Pavlov (1849-1936), começou por ser uma perspectiva metodológica que recomendava que se evitassem a introspecção e a subjetividade (ver subjetivismo/objetivismo) em favor da medição científica do comportamento e suas causas. Mais tarde, particularmente com B. F. Skinner (1904-90), passou-se a identificar essa perspectiva com uma visão simplista das causas da ação humana e com a tentativa de controlar a ação através da manipulação relativamente simples de estímulos e padrões de reforço que atuam sobre os agentes. A ideia de Skinner de que seria pouco científico explicar o comportamento através dos desejos, crenças e intenções, e de que esse seria o domínio dos "mentalistas", tem perdido terreno perante o avanço das ciências cognitivas.

Em termos filosóficos, a doutrina behaviorista defende que os estados mentais são construções lógicas a partir de disposições comportamentais ou, em outras palavras, que descrever os aspectos mentais de alguém é uma abreviatura de uma descrição das várias disposições comportamentais que a pessoa possui. A obra mais influente a defender essa perspectiva foi The Concept of Mind (1949), de Ryle, que apresentava o behaviorismo como a melhor resposta ao mito cartesiano do "fantasma na máquina". É discutível até que ponto Wittgenstein pretendia defender uma doutrina behaviorista com suas Investigações Filosóficas, escritas na mesma época. Tal como outras doutrinas reducionistas, o behaviorismo não conseguiu oferecer análises úteis, nomeadamente devido ao holismo do mental, isto é, devido ao fato de o modo como  uma pessoa se comporta não ser uma função de uma crença ou de um desejo, mas antes de todo um conjunto ou rede de crenças e de desejos. A modificação operada para dar conta desses aspectos transforma o behaviorismo no seu sucessor moderno mais popular, o funcionalismo. (2) 

Behaviorismo. (do ing. behaviour, conduta, comportamento). Escola contemporânea, fundada por J. B. Watson que abandona o estudo da mente, da consciência, para examinar a psicologia animal e a humana do ângulo apenas da conduta, do comportamento. Pavlov, fisiologista russo, com as suas investigações sobre o reflexo condicionado influiu decididamente no êxito do behaviorismo. Todos os fatos psicológicos superiores, os pensamentos, as emoções, etc., são interpretados como mero comportamento. Filosoficamente o behaviorismo é uma espécie de materialismo metafísico. (3)


(1) DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO ILUSTRADO LAROUSSE. São Paulo: Larousse, 2007.

(2) BLACKBURN, Simon. Dicionário Oxford de Filosofia. Consultoria da edição brasileira, Danilo Marcondes. Tradução de Desidério Murcho ... et al. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

(3) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.