Esquema

Esquema. (do gr. skhema, figura). a) Em seu sentido etimológico significa figura, a forma extrínseca, externa das coisas, ou a sua forma estrutural.

b) Aristóteles emprega, na lógica, no sentido da figura silogística.

c) Para Platão esquema era muitas vezes sinônimo de forma.

d) Para Pitágoras é a estrutura das formas, como lei de proporcionalidade intrínseca das coisas, sinônimo portanto do logos do ser, logos do on, ontos (ente), a estrutura ontológica das coisas.

e) Em Kant tornou a ser usado esse termo na filosofia, como a estrutura mental, que a inteligência constrói das coisas. Assim, para ele, o número é o esquema da quantidade; a sensação, o esquema da realidade; o permanente e o invariável, esquemas da substância.

f) Na linguagem comum é a figura simplificada, que representa a coisa em seus traços essenciais.

g) Também o diagrama que se faz para representar as relações entre as ideias abstratas ou os fatos não perceptíveis.

Crítica: É inegável que o entendimento humano, quer sensível, quer intelectualmente, procede por esquematizações e trabalha com esquemas. Neste sentido ele é o eidos noético que o homem constrói, intencionalmente, das coisas, a forma in mente, cuja variação vai depender das estruturações esquemáticas, que presidem ao conhecimento e que se acomodam aos fatos para assimilá-los, e construir, assim, esquemas dos mesmos. O esquema é a estrutura noético-eidética do homem, intencionalmente representativa dos objetos do conhecimento e do entendimento. Mas considerando-se que as coisas tem uma forma; isto é, um pelo qual elas são o que elas são, essa forma indica a lei de proporcionalidade intrínseca das mesmas, a estrutura eidético-fáctica das mesmas, da sua onticidade, e elas são, consequentemente, esquemáticas; isto é, há uma expressão esquemática eidético-ôntica que é a forma in re, a forma das coisas na sua onticidade. (1)

(1) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.