Solipsismo

Solipsismo. Do latim solus, só, e ipse, ele mesmo. Termo de sentido negativo, e até mesmo pejorativo, designando o isolamento da consciência individual em si mesma, tanto em relação ao mundo externo quanto em relação a outras consciências; é considerado como consequência do idealismo radical. Pode-se dizer que a certeza do cogito cartesiano leva ao solipsismo, que só é superado apelando-se para a existência de Deus. (1)

Solipsismo. A crença de que, além de nós, só existem as nossas experiências. O solipsismo é a consequência extrema de se acreditar que o conhecimento deve estar fundado em estados de experiências anteriores e pessoais, e de não se conseguir encontrar uma ponte pela qual esses estados nos deem a conhecer alguma coisa que esteja além deles. O solipsismo do momento presente estende este ceticismo aos nossos próprios estados passados, de tal modo que tudo o que resta é o eu presente. Russell conta-nos que conheceu uma mulher que se dizia solipsista e que estava espantada por não existirem mais pessoas como ela. (2)

Solipsismo. O eu é tudo o que existe. (3)

Solipsismo Metodológico. A concepção de que no estudo dos processos cognitivos estes devem ser considerados abstraindo-se do ambiente em que o sujeito se encontra. O motivo mais forte para essa sugestão reside na comparação entre o processamento cognitivo e o processo de seguir um programa de computador. Qualquer interpretação que os elementos de um programa possam ter no mundo exterior (como o fato de o símbolo $  corresponder a uma unidade monetária) é irrelevante para a execução do programa. A doutrina também pode ser motivada pela ideia de que os estados psicológicos de uma pessoa têm de ser supervenientes em relação aos estados do seu cérebro e em relação a nada mais. É certo que o ambiente afeta o estado do cérebro, mas depois é apenas esse estado que cria e fixa a psicologia resultante. Essa linha de pensamento tem sido severamente desafiada, especialmente nos debates sobre o conteúdo lato e restrito. (2)

Solipsismo. (do lat. solus, sozinho e ipse, si mesmo). É a doutrina que considera o indivíduo racional como o ponto de partida e de legitimação de tudo quanto há e existe. É, metafisicamente, uma variante viciosa do idealismo, que afirma que todo o fundamento do mundo externo e de toda realidade depende das representações do indivíduo, não tendo uma existência independente da mente humana. (4)


(1) JAPIASSU, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 3.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.

(2) BLACKBURN, Simon. Dicionário Oxford de Filosofia. Consultoria da edição brasileira, Danilo Marcondes. Tradução de Desidério Murcho ... et al. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

(3) LEVENE, Lesley. Penso, Logo Existo: Tudo o que Você Precisa Saber sobre Filosofia. Tradução de Debora Fleck. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.

(4) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.