Arrependimento. Angustiante reconhecimento da culpa. Esta é a definição em que os filósofos concordam, ainda que a expressem por diferentes palavras. Os filósofos também estão de acordo em admitir o valor moral do arrependimento. Espinosa, embora julgue que o arrependimento “Não é uma virtude, isto é, não deriva da razão” e que, portanto, quem se arrepende é duplamente miserando e impotente (uma vez porque agiu mal e depois porque se aflige com isso), reconhece que aquele que está submetido ao arrependimento pode, todavia, a voltar a viver segundo a razão muito mais facilmente do que os outros. Montaigne, que dedicou ao arrependimento um de seus ensaios mais notáveis, observara, porém, que o arrependimento não deve transformar-se no desejo “de ser outro”. (1)
(1) ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1970.