Medida

Medida. Medir é uma ação que consiste em dar um valor numérico a um objeto pelo número de vezes que contenha a unidade empregada. A medida quantitativa realiza-se por um metron, como se procede na medida da extensão por uma extensão, que serve de termo da comparação. Compara-se a esta extensão menor, e vê-se quantas vezes a primeira contém a segunda. A medida, portanto, implica o homogêneo ao medido. Medem-se homogeneidades. Quando se trata da extensidade, temos as medidas quantitativas. Mas quando se trata de qualidades, a medida já não é uma unidade menor. Estas são medidas pelas suas perfeições, portanto por um maximum e não por um minimun, como se dá com a medida quantitativa. Medimos este quarteirão, reduzindo sua extensão (homogeneamente considerada). Mede-se o maior pelo menor. Mas no qualitativo mede-se o menor pelo maior. Se queremos medir este verde, não dizemos que ele tem duas ou três unidades de verde, mas sim que é mais ou menos verde, comparando-o com o verde perfeito, que é ideal, do qual temos uma posse virtual e não atual, como acontece com todas as perfeições das quais participamos.

a) A medida extensiva (como minimum), abstratamente considerada e despojada da sua heterogeneidade, é a medida da quantidade, porque essa é a divisibilidade, enquanto considerada apenas como quantidade (homogênea);

b) A qualidade, perfeita em sua série (como maximum, portanto), é a medida da intensidade, apenas como tal, e abstratamente considerada;

c) O valor (como perfeição de sua hierarquia), como maximum é a medida dos valores (escalaridade dos valores, mais ou menos);

d) A unidade individual como medida da tensão, que é mensurável e não medível, é tomada qualitativamente não quantitativamente.

A medida é o que nos faz conhecer se uma coisa é maior ou menor, e se é mais ou menos que outra, o que tanto na ordem quantitativa como na qualitativa já é um princípio de conhecimento, embora parcial.

"O espírito mede as quantidades por adição, portanto, a unidade quantitativa é um minimum. O espírito mede a qualidade por composição, unindo a um elemento de ordem atual um elemento de ordem potencial, afirmando uma deficiência e, portanto, a unidade qualitativa é um perfeito, um maximum" (Isay). (1)

(1) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.