Emoção

Emoção. As emoções são sentimentos de pouca duração, reações afetivas, perturbações violentas e passageiras da afetividade humana. (1)

Em geral, entende-se por esse nome qualquer estado, movimento ou condição que provoque no animal ou no homem, a percepção do valor (alcance ou importância) que determinada situação tem para sua vida, suas necessidades, seus interesses. Nesse sentido, no dizer de Aristóteles (Et. Nic., II, 4 1105 b 21), a emoção é toda afeição da alma, acompanhada pelo prazer ou pela dor: sendo o prazer e a dor a percepção do valor que o fato ou a situação a que se refere a afeição tem para a vida ou para as necessidades do animal. (2)

Emoção. Psic. Qualquer fato psíquico é constituído por dois elementos integrantes: o intelectual e o afetivo. O 1.º dá-nos o conhecimento das situações; o 2.º exprime o valor que essas situações significam, afetivamente para nós. A nossa reação às situações depende, por conseguinte, desta valorização afetiva. Mas, se uma situação muda bruscamente, provoca em nós uma reação emotiva. Se esta reação é intensa, com repercussão forte nas funções orgânicas e psíquicas, vem repentinamente e desaparece também rapidamente, chama E. Se esta reação se transforma num estado prolongado diz-se sentimento. As principais manifestações da E. são a dor, a alegria, a tristeza, o medo, o pavor, a cólera, o amor, o desgosto, a inquietação, a surpresa, a excitação da vitória, a vergonha, etc. Existem várias teorias para explicar a natureza da E.: a 1.ª, intelectualista (Herbart), pretende reduzir a E. à consciência. A E. seria a consciência de acordo, ou desacordo do indivíduo com a situação estranha que se apresenta. Consequentemente, o exercício mental seria sempre acompanhado de maior ou menor repercussão emocional; a 2.ª, chamada fisiológica ou periférica (defendida por Descartes, Lange, James), diz que a E. representa apenas a consciência das alterações fisiológicas. Os fenômenos orgânicos não são efeitos mas causas das E. Não choramos porque estamos tristes mas estamos tristes porque choramos. Finalmente, a biologia, menos racionalista que as teorias anteriores, põe o caráter fundamental da E. no instinto. A E. é tanto mais emoção quanto mais primitiva e instintiva. A E. não passaria de um sinal da atuação do instinto. Trabalhos recentes de fisiopatologia sobre o diencéfalo parecem confirmar estas ideias. (3)

Emocional. Psic. Termo de difícil delimitação e de sentido mal definido. (3)

Emotivismo. Juízos de valor, em especial juízos éticos, expressam emoções em vez de representar fatos. (4)

(1) GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.]

(2) ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1970.

(3) ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA. Lisboa: Verbo, [s. d. p.]

(4) LEVENE, Lesley. Penso, Logo Existo: Tudo o que Você Precisa Saber sobre Filosofia. Tradução de Debora Fleck. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.