Imagem

Imagem. Do latim imago, de imitari, imitar. Representação mental que retrata um objeto externo percebido pelos sentidos. Há várias controvérsias filosóficas quanto ao papel da imagem na constituição do nosso conhecimento do real, defendido especialmente pelos empiristas. Para alguns filósofos, a ideia é uma imagem mental do objeto externo, isto é, um retrato ou figuração deste que aparece em nossa mente. Outros objetam que nesse caso não seria possível termos imagens de objetos abstratos como a virtude, o triângulo (tomado em geral, e não um triângulo de tipo específico) etc., sendo que por esse motivo a representação não deve ser tomada como imagem. Entre os psicólogos, o termo "imagem" designa toda representação sensível (auditiva, tátil etc.). Assim, podemos ter uma imagem de uma melodia em nossa cabeça, ou a imagem de nosso corpo. Essa imagem (objeto do espírito) se distingue desse outro objeto do espírito que é a ideia, na medida em que possui como ponto de partida uma percepção sensorial. A faculdade de produzir imagens mentais constitui a imaginação. (1)

Imagem. O termo aplica-se a duas realidades diferentes: a) produto ou resultado de um fenômeno psíquico que consiste na representação das coisas sensíveis, na ausência destas; b) classe de objetos, geralmente de natureza artística, que funcionam como substituto, reprodução, evocação ou recriação de coisas reais ou de realidades espirituais. No sentido de a) uma longa tradição criou a expressão de "imagem mental"; no sentido de b) a corrente fenomenológica fala de objeto-imagem. São exemplos de objetos-imagens estátuas, quadros, gravuras, fotografias etc. 

Fenomenologicamente, é mais correto falar de imaginação ou de consciência imaginativa e não de imagem mental: a imagem, considerada como representação interna, não existe. Paradoxalmente, a expressão imagem e mesmo imagem mental continua a empregar-se em Psicologia Experimental, e é o termo de imaginação que tende a ser condenado, por recordar a teoria medieval das faculdades. (2)

Imagem. (do lat. imago, imaginis, da raiz im, dentro). Reprodução das qualidades sensoriais que permanecem e podem ser rememoradas pela mente do que foi percebido pelos sentidos, quando se dá a ausência da estimulação sensória. Mostra a origem etimológica desse termo, a presença na mente de algo que se deu em nossos sentidos, ou por eles foram captados. Quando essas imagens são associadas e com elas, total ou parcialmente, se constroem outras imagens, temos a imaginação criadora. Lalande diz que encontramos o termo imago em Bacon, mas antes já entre os romanos era usado nesse sentido técnico, e o foi durante toda a Idade Média. Ele critica os dicionários que, anteriormente ao seu, não consignavam o sentido técnico psicológico do termo, além de afirmar que só com Malebranche começou a ter o sentido que está em seu Vocabulaire. Contudo na Summa Theologica de Tomás de Aquino o termo já era empregado no sentido por ele alegado. (3)


(1) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

(2) ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA. Lisboa: Verbo, [s. d. p.]

(3) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.