Política

Política. s.f. Ciência ou arte de governar os povos ou nações. ENCICL. Costuma-se dar o nome de política, ou ciência política, ao ramo das ciências sociais que trata da organização e da vida do Estado. (1)

Política. Derivativo do grego politikós (polis), que significa tudo o que se refere à cidade, portanto, citadino, público, social.

A progressiva autonomia (Ciência política, entendida como ciência do Estado, Direito constitucional ou na acepção contemporânea) do estudo "científico" e "lógico-racional" da política e da reflexão ético-valorativa sobre aos valores, pontos de partida (filosofia política) e fins da política, deixam que a política fique aqui metodologicamente, restringida à ação política. aqui podemos defini-la, liminarmente, como a ação humana que, no quadro da relação amigo/inimigo tem por fim a conquista, a conservação e o exercício do poder comunitário ou se traduz na resistência a tal ação. (2)

Racionalismo politico. A consideração de que a esfera típica do poder é passível de ser submetida às leis da razão, como aliás todas as outras esferas da realidade, consubstancia uma posição filosófica de implicações diversas, em termos de politologia. 

No plano das doutrinas e ideologias fundamenta princípios abstratos e utopias racionais, onde sociedades imaginarias se seguem por leis lógicas, deduzidas diretamente de imperativos induzidos pelo exercício do pensamento sobre a realidade pessoal. Estão nesse caso a ideia da paz perpétua de Kant e as sociedades de parte nenhuma, idealizadas e descritas com pormenores por Thomas Morus, Campanella e Karl Marx. 

O pressuposto indemonstrável dos racionalistas é a plasticidade do comportamento humano, que seria passível de se adaptar infinitamente aos modelos tidos por ótimos pela razão lógico-indutiva, que os constrói e lhes dá coerência. 

Uma segunda atitude reflete-se na análise política, sobretudo no estudo das relações internacionais, onde a política externa aparece como fator primordial. Nesse caso, os fatores conflitivos são resolvidos pela teoria dos jogos, jogos com soma zero ou soma fixa e jogos de soma variável. 

Uma política baseada nesses pressupostos pode ser uma política racional, mas, como insinuou Raymond Aron, nem sempre razoável. De fato, o comportamento humano e a vida política contêm elementos emotivos, irracionais, que não é possível incluir e prever no modela da ação e as atitudes como ensina a psicologia social, são largamente marcadas pelo elemento afetivo, que anda longe de obedecer a imperativos racionais, sendo antes estes os que mais vezes se dobram para justificar as atitudes emotivas e as inclinações irracionais, promovendo a sua posterior racionalização. 

Se Sorel salientou os elementos emocionais no comportamento político, Raymond Aron considerou, com grande cautela, o desenvolvimento de uma política racional, pois também entendeu que embora sendo passível de tratamento racional, a esfera do político não o é inteiramente. (2) 

Política. a) Como adjetivo, no sentido grego, é o que trata da vida coletiva de um grupo de homens organizados (polys, os muitos, polis,  cidade). Com este sentido se encontra na expressão Economia Política.

b) Especialmente é tudo que concerne ao Estado, ao governo ou à arte de alcançar o poder ou dominá-lo, conservá-lo, etc., como também ao que se refere às questões sociais, à justiça, à administração e a todas as atividades da vida coletiva.

c) Como substantivo é a arte ou conhecimento dos fatos políticas. É a ação que realiza o político na sua atividade específica.

d) Por extensão diz-se de tudo quanto obedece a um plano elaborado ou que é conduzido segundo um plano.

e) Comumente usado para indicar o que revela tato, habilidade na vida social ao tratar com os outros. (3)


(1) GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.].

(2) POLIS - ENCICLOPÉDIA VERBO DA SOCIEDADE E DO ESTADO. São Paulo: Verbo, 1986.

(3) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.