Memória

Memória. Simplesmente definida, a memória é a capacidade de fixar, reter, evocar e reconhecer impressões ou acontecimentos passados. "Em geral, todas as pessoas têm capacidade igual de reminiscência e de conservar na memória este ou aquele fato", escreve Samuel Johnson. Pode-se comparar a memória a uma máquina fotográfica: os olhos são as lentes através dos quais se obtém a imagem. O cérebro é o filme que, sensibilizado, fixa e retém a imagem. A memória propriamente dita é o papel fotográfico sensibilizado, no qual se imprime a imagem, de modo que a possamos ter na ocasião em que a desejarmos. (1)

Memória. O poder da mente de pensar sobre o passado, que já não existe, suscita problemas psicológicos (empíricos) e também problemas filosóficos mais abstratos. O cientista quer saber o modo como o cérebro armazena as memórias, e se esse mecanismo é semelhante para os diferentes tipos de memória (por exemplo, a memória de curto prazo e de longo prazo). O filósofo fica particularmente intrigado com o poder representativo da memória: quando evoco a memória de um acontecimento, como consigo interpretá-la como uma representação do passado e não como um mero exercício da imaginação? Será que existe um "sentimento específico do passado"? Mas, se existir, não poderei então ter esse sentimento sem que consiga interpretá-lo como um sentimento do passado? Ou seja, será que há sempre uma representação presente, ou será a memória uma forma direta de relação com o passado? Se assim fosse, teríamos pelo menos uma justificação para a confiança que depositamos na memória. Mas não será possível, pelo menos logicamente, a hipótese cética de Russell, segundo a qual a Terra poderia ter aparecido há cinco minutos, com uma população que se "lembra" de um passado completamente irreal? Se essa hipótese for plausível em termos lógicos, parece não ser possível resolver o problema de saber que não foi isso que de fato aconteceu. (2)

Podemos definir a memória como uma espécie de lugar no cérebro onde retemos informações importantes. Ela guarda experiência na forma de imagens, sons ou de outras formas de lembranças, que são reavivadas através de um estímulo. O termo memória vem do latim mnemo, que significa a capacidade de guardar ou adquirir ideias, imagens e conhecimentos. A memória é a base da aprendizagem, pois só podemos nos desenvolver intelectualmente através do conhecimento de um conceito sobre o outro, como se fosse uma parede de tijolos. Se a base estiver firme, os que forem colocados em cima também estarão firmes. A aprendizagem passa pelo mesmo processo, pois se o conhecimento primário estiver bem consolidado na nossa memória, conseguiremos adquirir conhecimentos mais complexos posteriormente. (3)

Figura Ilustrativa (4)

(1) EDIPE - ENCICLOPÉDIA DIDÁTICA DE INFORMAÇÃO E PESQUISA EDUCACIONAL. 3. ed. São Paulo: Iracema, 1987.

(2) (1) BLACKBURN, Simon. Dicionário Oxford de Filosofia. Consultoria da edição brasileira, Danilo Marcondes. Tradução de Desidério Murcho ... et al. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

(3) Curso de Memorização e Leitura Dinâmica (Cursos 24 Horas)

(4) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.