Positivismo

Positivismo. 1. Sistema filosófico formulado por Augusto Comte, tendo como núcleo a teoria dos três estados, segundo a qual o espírito humano, ou seja, a sociedade, a cultura, passa por três etapas: a teológica, a metafísica e a positiva. As chamadas ciências positivas surgem apenas quando a humanidade atinge a terceira etapa, sua maioridade, rompendo com as anteriores. Para Comte, as ciências se ordenam hierarquicamente da seguinte forma: matemática, astronomia, física, química, biologia, sociologia; cada uma tomando por base a anterior e atingindo um nível mais elevado de complexidade. A finalidade última do sistema é política: organizar a sociedade cientificamente com base nos princípios estabelecidos pelas ciências positivas.  2. Em um sentido mais amplo, um tanto vago, o termo “positivismo” designa várias doutrinas filosóficas do séc. XIX, como as de Stuart Mill, Spencer, Mach e outros, que se caracterizam pela valorização de um método empirista e quantitativo, pela defesa da experiência sensível como fonte principal do conhecimento, pela hostilidade em relação ao idealismo, e pela consideração das ciências empírico-formais como paradigmas de cientificidade e modelos para as demais ciências. Contemporaneamente muitas doutrinas filosóficas e científicas são consideradas “positivistas” por possuírem algumas dessas características, tendo esse termo adquirido uma conotação negativa nesta aplicação. (1)

Positivismo. A família das doutrinas nas quais se exige que somente os fatos “positivos” (experiências) sejam levados em conta, e em que se afirma que as teorias apenas sumariam dados e nos poupam pensamentos. Embora os positivistas preguem o cientismo, eles defendem uma epistemologia centrada no sujeito e cortam as asas da pesquisa científica ao exigir que ela deveria aferrar-se aos dados. Pretendem também evitar a metafísica, mas efetivamente endossam o fenomenalismo, que é uma metafísica subjetivista. Principais expoentes: Ptolomeu, d’Alembert, Comte, Mill, Spencer, Mach e os positivistas lógicos. Surrar o positivismo é atualmente de bom tom, em parte porque o positivismo se opõe ao obscurantismo, e em parte porque muitas vezes é confundido com o realismo e o materialismo. Entretanto, a verdade é que não restam positivistas na comunidade filosófica. Os únicos positivistas praticantes encontram-se nos ramos atrasados das ciências social e natural, onde a principal ocupação ainda é a caça e a coleta de dados. Ver dataísmo. (2)

Positivismo. Sistema que reconhece apenas o que pode ser cientificamente verificado ou o que é passível de prova lógica ou matemática. (3)

(1) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

(2) BUNGE, M. Dicionário de Filosofia. Tradução de Gita K. Guinsburg. São Paulo: Perspectivas, 2002. (Coleção Big Bang)

(3) LEVENE, Lesley. Penso, Logo Existo: Tudo o que Você Precisa Saber sobre Filosofia. Tradução de Debora Fleck. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.