Computacionalismo. A tese que considera a mente uma coleção de programas de computador. De maneira equivalente: a tese segundo a qual todas as operações mentais são computações de conformidade com algoritmos. Esta tese escora o entusiasmo acrítico em favor da inteligência artificial. Justamente por isso ela empobreceu a psicologia e desorientou a filosofia da mente. De fato, levou a negligenciar processos não-algorítmicos, tais como os da colocação de novos problemas e formação de novos conceitos, hipóteses e regras (como os algoritmos). Além disso, reforçou o mito idealista de que o estofo da mente é neutro, de forma que pode ser estudada de um modo isolado tanto da neurociência quanto da psicologia social. Finalmente, ela cortou de maneira artificial os liames entre inteligência e emoção — a despeito do fato bem conhecido de que os órgãos correspondentes estão anatomicamente ligados. (1)
(1) BUNGE, M. Dicionário de Filosofia. Tradução de Gita K. Guinsburg. São Paulo: Perspectivas, 2002. (Coleção Big Bang)