Salmo Responsorial: 44(45)R- Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: que o Rei se encante com vossa beleza!
Segunda Leitura: Apocalipse 12, 1.5.13a.15-16a
Evangelho: João 2,1-11 (Bodas de Caná)
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, 1houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. 2Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. 3Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. 4Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que dizes isso a mim? Minha hora ainda não chegou”. 5Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser”. 6Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. 7Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a boca. 8Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala”. E eles levaram. 9O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água. 10O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo o mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!” 11Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele. – Palavra da salvação.
Meus irmãos, minhas irmãs!
Neste domingo, no Brasil, celebramos a Páscoa de Jesus, fazendo memória de Nossa Senhora Aparecida, que desde 1930 foi proclamada, pelo Papa Pio XI, Padroeira do Brasil.
Toda a liturgia é marcada pelo pedido de intercessão a Maria, Padroeira de nossa Pátria, junto a Deus. Ao pedirmos benção para a Pátria, nos dispomos também a sermos instrumentos daquilo que pedimos, no empenho por uma Pátria melhor, mais justa, mais conforme ao projeto de Deus.
Gente que ama a Deus tem que ter também os irmãos no coração. O povo de Deus é chamado a ser um povo solidário, onde todos podem contar com todos na alegria e na necessidade. Nesse espírito lemos a história de Ester, que se apresenta ao rei e arrisca sua situação de rainha para pedir que se anule um decreto que condenava o povo à morte. É uma história que nos convida a pensar nas ameaças que o povo sofre hoje e na proteção de que ele necessita. Os perigos que ameaçam a cada um de nós estão aí para quem quiser ver: desemprego, fome, doença, violência, preconceito, exploração econômica, sexual, social... Estarão os filhos de Deus preocupados uns com os outros, empenhando-se na defesa dos irmãos, como fez a rainha Ester?
O Evangelho nos mostra Maria prestando atenção ao que acontece na festa de casamento onde fora convidada com seu Filho. É ela que percebe que falta vinho e avisa Jesus. Faltar vinho é ameaça para a alegria e continuação da festa; para os donos da casa é o perigo de passar vergonha diante dos convidados. As bodas de Caná representam a festa da vida, para a qual todos são convidados, onde não vai faltar alegria porque Jesus está presente.
Na casa da gente é a mãe que costuma saber o que falta na despensa. Pensando nisso, o povo talvez imagine Maria no céu atenta às necessidades de cada um de nós, dizendo a Jesus: Falta paz no casamento de João! Falta saúde na casa de Isaura! Falta amor na vida daquele jovem drogado.
Bom seria que, imitando a Virgem, cada um de nós visse o que falta para que a vida humana seja festa para todos. Prestar atenção é o primeiro passo para sermos solidários. É preciso inquietar-se com a dor, a carência, a humilhação do outro, não só para podermos agir, mas também para orar pelos irmãos com sinceridade e ternura.
Maria não sai fazendo milagres no meio da festa. Ela indica um caminho: Façam tudo o que Ele disser. Da mesma forma, toda devoção mariana tem que levar a Jesus. E Jesus nos leva aos pobres e ao Pai. Como primeira discípula-missionária, ela nos estimula a estar a serviço, fazendo o que Ele mandou, realizando com Ele a tarefa de restabelecer a alegria da festa da vida.