SEXTA-21TC

6ª FEIRA DA 21 ª SEMANA COMUM 

30/08/2024

LINKS AUXILIARES:

 

1ª Leitura: 1 Coríntios 1,17-25 

Salmo Responsorial 32(33)R- Transborda em toda a terra a bondade do Senhor!

Evangelho Mateus 25,1-13  

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 1“O reino dos céus é como a história das dez jovens que pegaram suas lâmpadas de óleo e saíram ao encontro do noivo. 2Cinco delas eram imprevidentes, e as outras cinco eram previdentes. 3As imprevidentes pegaram as suas lâmpadas, mas não levaram óleo consigo. 4As previdentes, porém, levaram vasilhas com óleo junto com as lâmpadas. 5O noivo estava demorando, e todas elas acabaram cochilando e dormindo. 6No meio da noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo está chegando. Ide ao seu encontro!’ 7Então as dez jovens se levantaram e prepararam as lâmpadas. 8As imprevidentes disseram às previdentes: ‘Dai-nos um pouco de óleo, porque nossas lâmpadas estão se apagando’. 9As previdentes responderam: ‘De modo nenhum, porque o óleo pode ser insuficiente para nós e para vós. É melhor irdes comprar aos vendedores’. 10Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento. E a porta se fechou. 11Por fim, chegaram também as outras jovens e disseram: ‘Senhor! Senhor! Abre-nos a porta!’ 12Ele, porém, respondeu: ‘Em verdade eu vos digo, não vos conheço!’ 13Portanto, ficai vigiando, pois não sabeis qual será o dia nem a hora”. – Palavra da salvação.


Meu irmão, minha irmã! 

1Cor 1,17-25

Paulo ressalta o contraste que há entre a sabedoria humana e a divina. Os gregos eram geralmente muito interessados em toda espécie de filosofia. Em Corinto esse interesse e curiosidade tinha provocado entre os cristãos uma divisão interna: os coríntios aderiam a diferentes pregadores do Evangelho escolhendo-os segundo a retórica mais ou menos convincente que tinham. Por isso, Paulo sente a necessidade de alertar contra a busca de uma sabedoria meramente humana: “Cristo enviou-me para pregar a boa-nova da salvação, sem me valer dos recursos da oratória, para não privar a cruz de Cristo da sua força própria”.

Contra esse recurso à oratória que esvazia a cruz de Cristo, Paulo contrapõe a loucura da cruz: “a pregação a respeito da cruz é uma insensatez para os que se perdem, mas para os que se salvam, para nós, ela é poder de Deus”. 

Paulo descreve as duas orientações diversas da cultura helenista e da cultura hebraica: “os judeus pedem sinais milagrosos, os gregos procuram a sabedoria”. De fato, os judeus pediram a Jesus sinais prodigiosos como prova da sua autoridade. Os gregos, por sua vez, buscam o discurso bem feito, convincente e razoável. Como Deus responde a essas expectativas? Poderíamos pensar que Deus, na sua bondade, se adapte a esses desejos que ele mesmo inseriu no coração. No mistério de Cristo, porém, Deus rejeitou tanto uma expectativa quanto a outra. Os judeus pedem milagres? “nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus”. Escândalo porque a cruz é um sinal de fraqueza e não de poder. Um milagre manifesta o poder divino, a cruz, no entanto, parece manifestar a máxima fraqueza. Os gregos buscam a sabedoria? “nós pregamos Cristo crucificado, insensatez para os pagãos”. É verdade que pregar a fé em um homem que se deixou crucificar parece em nada racional. E, no entanto, essa loucura e essa fraqueza são a verdadeira manifestação do poder e da sabedoria de Deus: “o que é dito insensatez de Deus é mais sábio do que os homens, e o que é dito fraqueza de Deus é mais forte do que os homens”. 

A cruz é, de fato, manifestação mais potente e sábia do amor de Deus. Não é possível encontrar uma manifestação de amor que seja mais profunda e mais sublime do que a cruz de Cristo. Aceitar por amor as humilhações, os sofrimentos, a morte, é amor puro, forte e generoso. Não há amor maior.


 

DOM JULIO ENDI AKAMINE 

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba 

Créditos do áudio: Rádio Uniso