TERÇA-3Q

3ª FEIRA DA 3ª SEMANA DA QUARESMA

05/03/2024

LINKS AUXILIARES:


Primeira Leitura: Daniel 3,25.34-43 

Salmo Responsorial: 24(25) R -Recordai, Senhor, a vossa compaixão! 

Evangelho: Mateus 18,21-35 

Naquele tempo: 21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: 'Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?' 22Jesus respondeu: 'Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caiu aos pés do patrão, e, prostrado, suplicava: `Dá-me um prazo! e eu te pagarei tudo'. 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: `Paga o que me deves'. 29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: `Dá-me um prazo! e eu te pagarei'. 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: `Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33Não devias tu também, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?' 34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão.' Palavra da Salvação. 


Meu irmão, Minha irmã! 

Mt 18,21-35

A infinita misericórdia com a qual Deus nos acolhe deve ser o modelo do nosso modo de agir em relação aos outros. Deus quer fazer de nós os portadores da misericórdia divina.

A parábola evangélica nos faz ver com força o escândalo suscitado quando, em contraste com o perdão que recebemos continuamente de Deus, o nosso coração está cheio de dureza em relação aos outros. Encontramos por duas vezes as mesmas palavras. Primeiro o servo pede ao patrão, prostrado aos seus pés: “Tem paciência comigo e eu te pagarei”. Ante estas palavras o patrão se compadece e perdoa toda a dívida. Logo que saiu da presença do patrão aquele servo encontra um seu companheiro que lhe devia pouca coisa. Também o companheiro se joga aos pés do servo e pede: “Tem paciência comigo e eu te pagarei”. Mas desta vez o pedido, o mesmo que o servo fizera ao patrão, não foi ouvido.

Trata-se de um contraste escandaloso que nos surpreende: por que o servo não usou também de misericórdia, ele que foi tão beneficiado?

Mas aquilo que nos escandaliza nos outros não está também presente em nós? Não tomamos consciência, mas a nossa maneira de suplicar a Deus é muito diferente do modo como tratamos nosso próximo. Suplicamos a Deus para obter o seu perdão, porém não temos piedade dos outros. Achamos natural que Deus nos escute e nos cumule de seus bens, mas quando alguém pede algo inventamos um monte de pretextos para recusar. Colocamos à prova a paciência de Deus, dia após dia, e Deus nos suporta, mas não sabemos suportar dos outros a mínima falta. Não pensamos nunca em confrontar a atitude de Deus em relação a nós com a nossa atitude em relação aos outros. Assim nos fechamos aos dons do Senhor. 

Deus deseja que participemos da sua misericórdia infinita. Que possamos recebê-la e nos transformar em instrumentos da misericórdia infinita.



DOM JULIO ENDI AKAMINE 

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba 

Créditos do áudio: Rádio Uniso