Salmo Responsorial 68(69)R- Humildes, procurai o Senhor Deus, e o vosso coração reviverá
Evangelho Mateus 11,20-24
Então Jesus começou a censurar as cidades nas quais tinha sido realizada a maior parte de seus milagres, porque não se converteram. 21 “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Se em Tiro e Sidônia se tivessem realizado os milagres feitos no meio de vós, há muito tempo teriam demonstrado arrependimento, vestindo-se de saco e cobrindo-se de cinza. 22 Pois bem! Eu vos digo: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia terão uma sentença menos dura do que vós. 23 E tu, Cafarnaum! Acaso serás elevada até o céu? Até o inferno serás rebaixada! Pois se os milagres realizados no meio de ti se tivessem produzido em Sodoma, ela existiria até hoje! 24 Eu, porém, te digo: no dia do juízo, Sodoma terá uma sentença menos dura do que tu!”
COMENTÁRIO AO EVANGELHO
Vocês estão bem?
Hoje, terça-feira, dia 15 de julho de 2025.
No Evangelho de Mateus, 11, 23, Jesus diz: “E tu, Cafarnaum! Acaso serás erguida até o céu? Não! Serás jogada no inferno! Porque se os milagres que foram realizados no meio de ti tivessem sido feitos em Sodoma, ela existiria até hoje!”
O milagre sempre é sinal do amor de Deus por nós, é convite de conversão. Não podemos ser insensíveis a ação amorosa de Deus. Se nos fecharmos ao amor de Jesus, condenamo-nos a nós mesmos.
Abençoado dia a todos!
Forte abraço!
Pe José Antonio.
COMENTÁRIO À PRIMEIRA LEITURA
Meu irmão, minha irmã!
Ex 2,1-15a
O relato da infância e juventude de Moisés antecipa como será a libertação que Deus realizará.
A ordem do Faraó era de que todos os meninos israelitas deviam ser mortos ao nascer, garantindo assim a segurança do Estado. A mãe de Moisés entrega o menino ao rio, abandonando-o a uma sorte incerta e a uma possível morte. Mas o rio conduz o menino até o remanso exato onde a filha do Faraó está. A cesta calafetada recorda a arca de Noé e carrega o futuro do povo de Deus. A princesa se comove. Ela não raciocina em termos políticos, não entende a razão de Estado que vê os israelitas como ameaça à segurança nacional, não se dobra à política desapiedada de seu pai, não despreza a raça estrangeira e está a favor da vida.
O relato salta da infância para a juventude de Moisés e narra sua primeira atuação como libertador. Trata-se de uma ação malsucedida por causa da violência empregada por Moisés.
Podemos entrever no relato três saídas de Moisés.
A primeira saída de Moisés é assim descrita: “um dia, quando já era adulto, Moisés saiu para visitar seus irmãos hebreus; viu a aflição e como um egípcio maltratava um deles. Olhou para os lados e, não vendo ninguém, matou o egípcio e escondeu-o na areia”.
Diante da injustiça, Moisés reage com indignação violenta. Sua solidariedade é correta, sua reação à injustiça, no entanto, se mostrará errada. O que ele ganhou matando o egípcio? Não promoveu a libertação do povo. Somente retroalimenta o círculo de violência e de injustiça contra a qual queria reagir.
A segunda saída de Moisés se dá no dia seguinte: “saiu de novo e viu dois hebreus brigando, e disse ao agressor: ‘Por que bates no teu companheiro?’ E este replicou: ‘Quem te estabeleceu nosso chefe e nosso juiz? Acaso pretendes me matar, como mataste o egípcio?’”
A violência em vez de resolver o problema joga no descrédito Moisés perante os seus próprios irmãos. Nessa segunda saída, fica claro que a violência e a injustiça não se aninham somente nos egípcios, mas também nos próprios hebreus. Dessa forma, Moisés descobre que ao agir com violência, é rechaçado pelos próprios irmãos que não o reconhecem como alguém que age em nome de Deus.
A terceira saída de Moisés é uma fuga: Moisés, “fugindo da vista do faraó, parou na terra de Madiã”.
Moisés tomou a iniciativa e fracassou. Reagiu com violência e, por isso, só a reforçou e a agravou. Em Madiã ocorrerá o encontro de Moisés com Deus. É nesse momento que Deus tomará a iniciativa e incumbirá Moisés da missão de libertador.
A leitura de hoje nos adverte contra o erro de responder a violência com violência. Ao mesmo tempo, nos ensina a humildade: não nos arroguemos uma missão para a qual Deus não nos chamou.