TERÇA-24TC

3ª FEIRA DA 24 ª SEMANA COMUM

17/09/2024

São Roberto Belarmino

LINKS AUXILIARES:

 

1ª Leitura: 1 Coríntios 12,12-14.27-31a

Salmo Responsorial 99(100)R- Nós somos o seu povo e o seu rebanho

 Evangelho Lucas 7,11-17

"11.No dia seguinte, dirigiu-se Jesus a uma cidade chamada Naim. Iam com ele diversos discípulos e muito povo. 12.Ao chegar perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade. 13.Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: “Não chores!”. 14.E, aproximando-se, tocou no esquife, e os que o levavam pararam. Disse Jesus: “Moço, eu te ordeno, levanta-te”. 15.Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o à sua mãe. 16.Apoderou-se de todos o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: “Um grande profeta surgiu entre nós: Deus voltou os olhos para o seu povo”. 17.A notícia desse fato correu por toda a Judeia e por toda a circunvizinhança"



Meu irmão, minha irmã! 

1Cor 12,12-14.27-31

Parece que São Paulo se contradiga. Ele tinha criticado as divisões da comunidade de Corinto e, agora, fala da diversidade de dons. Na realidade, é próprio da unidade da Igreja não só tolerar, mas inclusive necessitar das diferenças. Como o corpo é um, e, exatamente porque uno, tem necessidade de membros diversos, assim a Igreja é una e, ao mesmo tempo, congrega na sua unidade uma diversidade grande de carismas e dons. O corpo não é somente olho, nem somente mãos, tampouco unicamente cabeça. 

É verdade que a diversidade cria problemas e tensões. Se os outros não agem como nós, podemos nos sentir contrariados e incomodados. Se uma pessoa é mais inteligente, pode nos causar mal-estar, pois a inveja nos faz ver a sua superioridade como uma diminuição nossa. E assim por diante. Essas, porém, são reações comuns, fruto de nossa fragilidade. 

Há, no entanto, uma outra forma de reagir a tais diferenças: nos alegrar exatamente porque os outros não são como nós. A diversidade enriquece a Igreja e tudo se reverte para o nosso bem. Seria desastroso na Igreja que todos tivessem o mesmo temperamento. Pelo contrário, quem é mais vivaz, mesmo que impulsivo, anima a comunidade. Quem é mais reflexivo faz com que a comunidade caminhe com mais prudência. E a comunidade se constrói como Corpo de Cristo também graças a essas diferenças. São Paulo, de fato, tem razão ao afirmar: “vós, todos juntos, sois o corpo de Cristo e, individualmente, sois membros desse corpo”. 

O que devemos fazer é cultivar a solidariedade na alegria de descobrir qualidades nos outros que nós não temos, mas que se tornam também nossas pela nossa união com o Corpo de Cristo. Santo Agostinho ensinou que as qualidades que um possui e o outro não, se tornam comuns a todos, porque, na Igreja, ninguém possui as coisas só para si, mas para todos os outros. Assim o que eu possuo, eu o possuo também para todos os fiéis da Igreja, e o que um outro tem e eu não tenho, esse outro o possui também para mim por causa de nossa união ao Corpo de Cristo.


DOM JULIO ENDI AKAMINE 

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba 

Créditos do áudio: Rádio Uniso