DOMINGO-18TC

18º DOMINGO COMUM- ANO B

14/08/2024 

LINKS AUXILIARES:


1ª Leitura: Êxodo 16,2-4.12-15

Salmo Responsorial 77(78)R- O Senhor deu a comer o pão do céu. 

2ª Leitura: Efésios 4,17.20-24

Evangelho de João 6,24-35

Naquele tempo, a multidão perguntou a Jesus: 30'Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti?' Que obra fazes? 31Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: 'Pão do céu deu-lhes a comer'. 32Jesus respondeu: 'Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.' 34Então pediram: 'Senhor, dá-nos sempre desse pão'. 35Jesus lhes disse: 'Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede. Palavra da Salvação.


Prezados Irmãos e Irmãs!


Centra-se nesse domingo a Liturgia da Palavra – e nos domingos seguintes – no discurso de Jesus sobre o “pão da vida”, narrado no Evangelho de S. João logo após a multiplicação dos pães (domingo passado); discurso que trata sobre dois temas: a fé e a Eucaristia.


Como de costume, é a passagem evangélica introduzida por um trecho do Antigo Testamento. Lê-se no Êxodo a história das murmurações dos hebreus no deserto: quando se viram sem água e sem alimento, lamentaram as panelas de carne deixadas no Egito. Embora fossem demasiadas suas queixas, Deus intervém mais uma vez em favor deles: “Eis que farei chover para vós o pão do céu”. Começa assim a cair no acampamento maná pela manhã e carne à tarde para o sustento de todos. Apenas se vê em dificuldade, o ser humano sempre está pronto a murmurar contra a Providência e a lamentar o que abandonou. Assim fez o antigo povo de Deus e assim continua a fazer o novo (nós), esquecendo as múltiplas intervenções de Deus em sua vida e mostrando a pobreza de sua fé. 


Vem a propósito a exortação de S. Paulo: “Eis pois o que eu digo e atesto nome do Senhor: não continueis a viver como vivem os pagãos, cuja inteligência os leva para o nada... Foi bem outra coisa que aprendestes de Cristo” (2ª. leitura). Inteligência que leva para o nada é lamentar-se da Providência, chorar a perda de bens temporais, desconfiar de Deus ante as dificuldades da vida, buscar a Deus não por Deus, mas pelos próprios interesses.


Semelhantes erros Jesus reprovava no povo que, após a multiplicação dos pães, foi ao seu encalço no outro lado do mar de Tiberíades: “Não por terdes visto milagres me procurais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes. Procurai não tanto o alimento que perece, mas o que dura para a vida eterna”. Comenta Sto. Agostinho: “Quantos buscam Jesus só em vista de vantagens temporais!... Difícil é buscar Jesus por Jesus”. A fé supõe a busca desinteressada do Senhor! Eis justamente o ponto em que insiste Jesus na polêmica com os judeus: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”


A primeira e mais importante obra pedida por Deus a nós é crermos nele, crermos no que faz por ele em Cristo Jesus. Só vai a Deus com firme confiança quem crê ser Jesus o Filho de Deus, enviado para salvar o mundo. Só quem isto crê abandona-se ao seu poder redentor.


Mais do que dar comida, Jesus se dá. Nele se realiza o dom de Deus que não perece. O maná se estragava com o tempo. Jesus é o alimento para a vida toda. Ele se multiplica doando-se, desde quando deixou sua casa, quando fez de seus companheiros sua família, quando se fez solidário com os excluídos  e, sobretudo, quando assumiu a própria morte como sinal de sua entrega pela redenção dos pecadores. E nós nos damos a Jesus quando seguimos seus passos, identificando-nos sempre mais com o Evangelho e suas exigências para crescer com ele e sermos capazes de ir até ao Calvário em sua companhia.


Um bom domingo.


Pe. Manoel Júnior