DOMINGO-6TP

6º DOMINGO DA PÁSCOA- ANO B

05/05/2024

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Primeira Leitura: Atos 10,25-26.34-35.44-48

Salmo Responsorial: 97(98)-R- O Senhor fez conhecer a salvação e revelou sua justiça às nações

Segunda Leitura: 1 João  4,7-10

Evangelho: João 15,9-17 (ou 17,11b-19)

9        Como meu Pai me ama, assim também eu vos amo. Permanecei no meu amor. 10        Se observardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu observei o que mandou meu Pai e permaneço no seu amor. 11          Eu vos disse isso, para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa. 12          Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. 13      Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos. 14      Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. 15          Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. 16      Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi e vos designei, para dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça. Assim, tudo o que pedirdes ao Pai, em meu nome, ele vos dará. 17      O que eu vos mando é que vos ameis uns aos outros. 


Meus amigos e minhas amigas, 


meus irmãos e minhas irmãs que procuram se aprofundar na relação com Deus através deste belo trabalho do grupo Gotas da Palavra, transmitindo sempre o anúncio do Evangelho do dia, como hoje, domingo, mais uma vez, eu tenho a oportunidade de realizar. 

Vivemos o mês de maio, hoje especificamente o sexto domingo do tempo da Páscoa, esse longo tempo desde a madrugada da Ressurreição ao entardecer da tarde do domingo de Pentecostes. Esses cinquenta dias formam, integrados, unidos, um só dia: o dia da Páscoa. 

Neste mês de maio, além de estarmos vivendo o ciclo litúrgico da Páscoa, para nós ele é importante, Pentecostes também estamos vivendo neste mês de maio. E, coincidentemente, no seu penúltimo dia, dia 30, a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor. 

Também a sociedade civil celebra o Dia das Mães, no próximo domingo dia 12. Deus abençoe essas mulheres que nos deram a vida! Para nós também é o mês de Maria, mãe de Jesus e nossa mãe. Além do que somos convidados também a nos educarmos para um trânsito seguro, onde a rua não seja um espaço, um carro não seja uma arma que provoque acidentes, que violente, ou que mate, como nós assistimos tantas vezes na irresponsabilidade de alguns, e acidentalmente com outros. 

E também na quarta-feira passada, dia primeiro, celebramos o dia do trabalhador. Deus abençoe homens e mulheres que, com a bênção do trabalho colaboram com Deus na obra da criação. Que Ele nos perdoe as injustiças cometidas neste mundo, tantas, como bem sabemos, a exploração, que tantas vezes nós vemos acontecer e de que lamentavelmente talvez até participemos. E que a grande crise que vive hoje no mundo a economia, provocando o drama do desemprego, seja superada por todos nós quando olhada crítica e sinceramente.

Hoje a liturgia nos traz a leitura do capítulo décimo do livro dos Atos dos Apóstolos, como primeira leitura. Ele nos narra um fato acontecido em Cesareia. Cornélio, um chefe do exército, recebeu Pedro em sua casa e praticou, num ato comum naquele tempo, respeitoso, de boa acolhida, ou seja, agachar-se e abraçar os pés de quem estava chegando. E Pedro logo reagiu, embora soubesse que fosse assim. Com certeza na mente e no coração de Pedro havia o ensinamento de Jesus, que não devemos viver em busca de honrarias, de títulos, de condecorações. Quantas vezes muitos de nós, que nos dizemos discípulos de Jesus, corremos atrás dessas coisas, ou para recebe-las, ou talvez para oferecê-las. “Entre vós não deve ser assim. Quem quiser ser o maior que seja o servo, que seja o menor de todos; quem quiser ser o primeiro, que seja o último”. Foi assim que Jesus ensinou, foi assim que Jesus fez. 

Um segundo ensinamento, ainda da primeira leitura dos Atos dos Apóstolos capítulo décimo, nós vamos ver, na atitude de Pedro, que Deus não faz distinção de pessoas. Deus não discrimina ninguém. E quantas vezes nós nos arrogamos a ser pequenos deuses, com ar de superioridade, julgando os outros: você pode, você não pode; você merece, você não merece, separando, tanto homens como mulheres, uns dos outros: os bons e os maus, mas nos nossos critérios. Não temos esse direito. Deus não nos trata assim. Deus sempre nos ama, não porque mereçamos, mas porque Ele é amor. Um longo caminho temos a percorrer: aprender a não discriminar, a não fazer acepção de pessoas, a não tratar uns com dignidade e outros sem nenhuma dignidade. 

A segunda leitura da liturgia de hoje, como em todo o tempo da Páscoa, é da primeira carta de São João. Hoje é do capítulo 4, versículos de 4 a 10. Logo nos dois primeiros versículos, vemos o Apóstolo incentivando que nós somos filhos de Deus. Portanto devemos assumir, porque temos a identidade de Deus. Nós costumamos dizer que filho de peixe, peixinho é. Quando vemos a atitude de um filho parecida com a do pai, costumamos dizer: “tal pai, tal filho”. Que bom se as pessoas puderem dizer de nós: “Olha, filho de Deus!” Por que? Só porque somos batizados? Não, é porque fazemos como Deus é. Fazemos tudo como Deus faz. SOMOS COMO DEUS É. Nós nos amamos. Não porque o outro mereça, mas simplesmente porque nos amamos. Amar para fazer o outro feliz. Amar para construir o bem. Amar sem interesse. 

E depois, logo nos versículos seguintes, o Apóstolo João vai nos dizendo que a nossa relação do amor que devemos ter deve ser na mesma dimensão do amor que Deus tem por nós. Simplesmente nos ama. Repito, não porque mereçamos. Não porque retribuímos nosso amor a Ele, mas simplesmente porque Ele é Amor. E assim deve ser a nossa vida. 

Por fim, o capítulo 15 do Evangelho de São João. Primeiro, os mandamentos. Quando nós falamos os mandamentos de Deus, logo nos lembramos do decálogo, dos dez mandamentos. Mas que coisa interessante: naquele tempo os estudiosos da Bíblia, os mestres da lei, eles foram encontrando títulos, subtítulos, que foram sendo divididos e foram compondo obrigações e proibições, tudo inspirado nesses mandamentos. E chegaram a 613 mandamentos de Deus. Imaginem se tivéssemos de decorar 613 mandamentos! E de uma maneira muito interessante, parece que Jesus sempre se inquietou com isso. Isso parece que sempre perturbou Jesus. Por que? Quando lhes perguntaram sobre os mandamentos, ele nem citou os dez. Citou apenas 6. 

Nós lemos no capítulo décimo do Evangelho de São Marcos: amar a Deus, amar ao próximo, não furtar, não cometer adultério, não matar, não roubar... E depois ainda, desses 613 mandamentos, perguntaram a Jesus certa vez qual era o maior. Jesus falou dois. Olhem só: de dez, fizeram seiscentos e treze. Jesus falou 6, e depois dois: amar a Deus sobre todas as coisas, com toda a inteligência, força, entendimento, capacidade, e amar ao próximo como a si mesmo. E mais ainda: mais pra frente, Jesus vai falar apenas um só. Ele vai falar de um novo mandamento. Depois, ele vai inverter, ele vai voltar a este conceito para nos dizer: o meu mandamento. Não é novo, porque todos sabiam que o amor deve ser uma prática comum a todas as pessoas, e é. Mas do jeito de Jesus. Eis a novidade. Amar como Jesus amou. Sem interesse. 

E esse discurso de despedida de Jesus, feita na última ceia, não é, da parte de João, uma ata do discurso. Quando João escreve seu Evangelho, a última ceia já havia acontecido, a paixão também, a ressurreição também, a ascensão também. João escreve para nos ensinar que esse mandamento, esse amor, Jesus teve por todos, sempre. Antes mesmo de sua cruz, que foi a sua entrega total. Assim que nós devemos nos amar: amar como Ele nos amou porque, quando amamos como Jesus nos amou, nós nos tornamos iguais a Deus. Filho de peixe, peixinho é. Amém! 

PE. TADEU ROCHA MORAIS, PÁROCO DA CATEDRAL NOSSA SENHORA DA PONTE, SOROCABA SP