16 Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. 18 Ora, a origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José e, antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida pela ação do Espírito Santo. 19 José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, pensou em despedi-la secretamente. 20 Mas, no que lhe veio esse pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. 22 Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: 23 “Eis que a virgem ficará grávida e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus conosco”.
Vocês estão bem?
Hoje, segunda-feira.
O Evangelho de Mateus, 1, 22 e 23, nos diz: “Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: Eis que a Virgem conceberá e dará a luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco”.
Para Deus a grandeza dos fatos não está na proporção dos aplausos que o mundo lhe oferece, mas na serenidade de sua aceitação cumprindo a sua vontade. Quando a vontade de Deus se faz, o invisível de Deus torna-se visível para nós.
Abençoado dia a todos!
Forte abraço!
Pe José Antonio.
COMENTÁRIO MAIS EXTENSO:
Mt 1,1-16.18-23
Acabamos de ouvir a genealogia de Jesus segundo Mateus. Causa-nos um pouco de aborrecimento ouvir essa longa série de nomes dos antepassados de Jesus. Por que ler essa genealogia que parece não ter importância nem conteúdo teológico para o nosso nutrimento espiritual?
Será que é assim mesmo? A genealogia não tem importância nem conteúdo espiritual?
Pense um pouco na sua própria história. De quem você veio? A resposta é evidente: de um pai e uma mãe: são duas pessoas. Os seus pais vieram dos seus avós: são mais quatro pessoas. Continuemos fazendo as contas.
· Bisavós: 8
· Trisavós: 16
· Tetravós: 32
· Pentavós: 64
· Hexavós: 128
· Heptavós: 256
· Octavós: 512
· Eneavós: 1.024
· Decavós: 2.048
Até aqui são 11 gerações, com 4.094 ancestrais...Isto tudo em, aproximadamente, 300 anos antes de nascermos! Pare por um instante e pense! Quem foram eles? Quantas lutas eles tiveram que travar? Por quanta fome passaram? Quantas guerras viveram? A quantas vicissitudes os nossos antepassados sobreviveram? Quanto amor, força, alegria e coragem eles nos legaram? Quanto da força deles está dentro de você hoje? Tudo o que eles viveram e sofreram de alguma forma está inscrito na sua carne hoje. Para que você estivesse vivo, foi necessário que eles passassem por tudo isso.
Se você pegar cada nome da genealogia e pesquisar na Bíblia a história pessoal dele, você cairá na conta de que a “carne” de Jesus carrega todo esse peso da história da salvação, feita de fé, amor, heroísmo e também de muito pecado. A genealogia de Jesus nos faz tomar consciência do que significa a confissão de fé: “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”.
A genealogia de Jesus é para nós uma síntese maravilhosa de toda a milenar história da salvação. Uma história feita de tanto pecado e maldade, mas que foi conduzida por Deus até chegar a Maria e a Jesus. Deus preparou todas as gerações em vista do nascimento de Jesus. Para que recebêssemos Jesus Cristo foram necessárias essa sucessão de gerações e, principalmente, a ação de Deus.
Nesse sentido chamo a atenção para um detalhe que não é de pouca importância. Na genealogia a cada um dos ancestrais de Jesus se aplica duas vezes o verbo “gerar”: uma vez como “filho”, e outra como “pai”. Tomemos como exemplo Isaac: Abraão gerou Isaac, Isaac gerou Jacó. Esse esquema se repete até chegar em José. Em relação a José acontece algo inesperado. Dele se diz que: “Jacó gerou José”, mas não se diz que José gerou Jesus. Diz-se somente que José foi o “esposo de Maria”, e que de Maria “nasceu Jesus, que é chamado Cristo”. Em vez de dizer que José gerou Jesus, o esquema se interrompe abrindo para a surpresa do que aconteceu por meio de Maria e pela ação do Espírito Santo.
Se prestarmos atenção ao primeiro nome da genealogia (Abraão) e ao último (Jesus), a mensagem é ainda mais bonita! Do primeiro não se diz quem o gerou; do último não se diz quem o gera nem a quem ele gera. Na verdade, a genealogia nos liga ao mistério inicial do Pai criador, do qual todos temos a vida, e ao mistério final do Filho, do qual todos temos a vida eterna.
A genealogia nos mostra que Jesus assumiu a nossa história humana: história das gerações, mas também da graça de Deus que tudo conduz a Cristo.