Salmo Responsorial 88(89) R- Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.
Evangelho: João 13,16-20
Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus lhes disse: 16Em verdade, em verdade vos digo: o servo não está acima do seu senhor e o mensageiro não é maior que aquele que o enviou. 17Se sabeis isto, e o puserdes em prática, sereis felizes. 18Eu não falo de vós todos. Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se realize o que está na Escritura: 'Aquele que come o meu pão levantou contra mim o calcanhar.' 19Desde agora vos digo isto, antes de acontecer, a fim de que, quando acontecer, creiais que eu sou. 20Em verdade, em verdade vos digo, quem recebe aquele que eu enviar, me recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.' Palavra da Salvação.
Meu irmão, minha irmã!
At 13,13-25
A leitura reproduz a primeira parte do discurso de Paulo na Sinagoga de Antioquia da Pisídia. A regra seguida pelos missionários Paulo e Barnabé era o de anunciar o Evangelho primeiramente aos judeus e, só quando era por eles rejeitados, se dirigir aos pagãos.
Paulo faz o discurso depois da leitura da Lei e dos Profetas e após o convite feito a Barnabé e Paulo: “Irmãos, se vós tendes alguma palavra para encorajar o povo, podeis falar”. Esse convite é feito, provavelmente, porque a fama do conhecimento da Bíblia dos visitantes Paulo e Barnabé já se tinha espalhado entre os judeus da cidade.
O que os ouvintes esperam não é somente uma palavra boa, mas uma palavra de encorajamento. Depois da leitura da Escritura, as pessoas sempre se interrogavam: haveria no momento presente algum indício do cumprimento das promessas que Deus tinha feito ao seu povo? Haveria na Escritura alguma palavra que ajudasse o fiel a descobrir a mão de Deus no mundo em que vivia? A resposta a essas perguntas era bem-vinda e era considerada “palavra de encorajamento”.
Por isso, Paulo toma a palavra e faz uma retrospectiva de todo o Antigo Testamento para mostrar a necessidade de tomar uma decisão para o presente e fazer enxergar a esperança do futuro. Em outras palavras, ele recorda o passado da história com Deus para mostrar a urgência de uma decisão do presente que abre para uma grande esperança futura.
Paulo inicia a retrospectiva passando pelas principais etapas da história da salvação: a eleição dos antepassados, a escravidão no Egito, o Êxodo, o envio dos juízes, a escolha do rei Davi. Paulo dá grande importância ao rei Davi: “Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que vai fazer em tudo a minha vontade”. Davi tem grande importância para o que Paulo quer anunciar. Segundo a interpretação judaica, Deus tinha prometido um rei que reinaria para sempre. Mas essa promessa divina ainda aguardava o seu cumprimento. Os judeus esperavam que tal promessa se cumpriria com a vinda do Ungido, o Messias, o Cristo, da descendência de Davi. Dessa forma Paulo tem a ocasião de anunciar: “Conforme tinha prometido, da descendência de Davi Deus fez surgir para Israel um Salvador, que é Jesus”.
A vinda do Salvador foi preparada ao longo de todo o Antigo Testamento. Reconheçamos com gratidão o amor de Deus que nos preparou para o cumprimento de suas promessas para muito além daquilo que podíamos esperar.