SÁBADO DA 33ª SEMANA COMUM. -
1ª Leitura: Apocalipse 11,4-12
Salmo Responsorial 143(144)-R- Bendito seja o Senhor meu Rochedo!
Aproximaram-se de Jesus alguns saduceus, os quais negam a ressurreição, 28 e lhe perguntaram: “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a mulher para dar descendência ao irmão’. 29 Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos. 30 Também o segundo 31 e o terceiro se casaram com a mulher. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. 32 Por fim, morreu também a mulher. 33 Na ressurreição, ela será esposa de qual deles? Pois os sete a tiveram por esposa”. 34 Jesus respondeu-lhes: “Neste mundo, homens e mulheres casam-se, 35 mas os que forem julgados dignos de participar do mundo futuro e da ressurreição dos mortos não se casam; 36 e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos; serão filhos de Deus, porque ressuscitaram. 37 Que os mortos ressuscitam, também foi mostrado por Moisés, na passagem da sarça ardente, quando chama o Senhor de ‘Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó’. 38 Ele é Deus não de mortos, mas de vivos, pois todos vivem para ele”. Alguns escribas responderam a Jesus: “Mestre, falaste muito bem”. 40 E não mais tinham coragem de lhe perguntar coisa alguma.
A leitura de hoje é uma confirmação de que o Evangelho é doce na boca e amargo no coração. João toma a visão que o profeta Zacarias tinha narrado anteriormente para descrever o que acontece à duas testemunhas do Evangelho que “estavam incomodando os habitantes da terra” porque pregavam a conversão de vida. O profeta Zacarias tinha mencionado um candelabro de ouro e duas oliveiras (Zc 4), que são os símbolos de Zorobabel e o sumo sacerdote Josué.
João, por sua vez, usa esses símbolos do AT e os reinterpreta para descrever o que acontece a quem acolheu o Evangelho que é doce na boca e amargo no estômago.
De fato, as testemunhas do Evangelho são incômodos ao Grande Império e a morte delas enche de contentamento a sociedade que elas denunciavam. Os cadáveres das duas testemunhas permanecem sem serem sepultados: mesmo mortos, as pessoas não conseguem varrer da memória as duas testemunhas do Evangelho.
Depois de três dias e meio (metade de sete), as duas testemunhas revivem. Isto significa que mesmo que os poderes mundanos consigam, em certos momentos, se desfazerem dos profetas incômodos, o Espírito Santo volta a suscitar de novo a profecia no meio da Igreja. Com efeito, a história da Igreja é uma sucessão de profetas mortos e ressuscitados. O poder do Mundo sempre procura se livrar dos profetas, como mortes violentas, com métodos de manipulação, de integração ou de instrumentalização.