SÁBADO-8TC
SÁBADO DA 8ª SEMANA COMUM
01/06/2024
São Justino
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AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO
Primeira Leitura: Judas 17,20b-25
Salmo Responsorial 62(63) R-A minha alma tem sede de vós, ó Senhor!
Evangelho: Marcos 11,27-33
Jesus e os discípulos foram outra vez a Jerusalém. Enquanto andava pelo templo, os sumos sacerdotes, os escribas e os anciãos se aproximaram de Jesus e lhe perguntaram: 28 “Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu autoridade para fazer isso?” 29 Jesus disse: “Vou fazer-vos uma só pergunta. Respondei-me, que eu vos direi com que autoridade faço isso. 30 O batismo de João era do céu ou dos homens? Respondei-me!” 31 Eles discutiam entre si: “Se respondermos: ‘Do céu’, ele dirá: ‘Por que não acreditastes em João?’ 32 Vamos então responder: ‘Dos homens’?...” – Eles tinham medo do povo, já que todos diziam que João era realmente um profeta. 33 Responderam então a Jesus: “Não sabemos”. E Jesus retrucou-lhes: “Pois eu também não vos digo com que autoridade faço essas coisas!”
Meu irmão, minha irmã!
Mc 11,27-33
O evangelho de hoje nos surpreende de novo. Vemos Jesus que parece usar de esperteza para não responder aos mestres da lei e aos anciãos.
As autoridades políticas e religiosas têm o direito de pedir as credenciais de todos os que se apresentam como Jesus. De fato, Jesus fazia e dizia coisas que manifestam uma autoridade divina até então inédita. Ele não age nem fala como um profeta. Ele se apresenta como alguém com uma autoridade superior à dos profetas, uma autoridade de Messias.
Por isso era de se esperar que as autoridades façam duas perguntas a Jesus: Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu autoridade para fazer isso? “Isso” é um termo muito vago e pode ser aplicado a muitas coisas que Jesus faz: expulsar os vendedores e compradores do templo, virar as mesas dos cambistas, mas também fazer milagres, expulsar demônios, pregar e ensinar.
Jesus sempre mostrou máxima sinceridade, mas nunca foi ingênuo. Como Jesus mesmo disse: “sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas”. Jesus sabe que as autoridades perguntam não porque buscam a verdade, mas para armar uma cilada. Eles não querem saber da verdade; eles se interessam somente em achar motivo para acusar Jesus de charlatanismo. Eles já sabem o que Jesus irá responder: ele age com a autoridade de Deus e de Deus recebeu essa autoridade. E é exatamente isso que eles querem que Jesus responda para poder acusá-lo de impostor e de crime contra a religião.
Jesus sabe que dar essa resposta além de não mudar o coração deles, só irá dar argumento para eles continuarem nas suas más intenções. Por isso, ele responde com uma outra pergunta. Ele pergunta sobre a autoridade de João: o batismo de João vinha do céu ou dos homens?
O dilema que as autoridades experimentam é provocado pela incredulidade deles. Eles não acreditaram e não se converteram com a pregação de João Batista, mas, ao mesmo tempo, não querem desagradar o povo que reconheceu a autoridade de João Batista. O dilema que Jesus provoca nas autoridades revela a má fé deles: não buscam a verdade, só procuram pretexto para perseguir Jesus. Certamente, se a pergunta deles fosse provocada pela busca da verdade, Jesus teria lhes dado uma resposta direta.
A verdade deve ser revelada a quem é digno dela, ou seja, a quem a busca com sinceridade. A atitude que as autoridades políticas e religiosas tiveram em relação a João Batista provou claramente a má intenção que as animava também em relação a Jesus. Jesus, portanto, não foi ingênuo de declarar o que os inimigos queriam. Ao mesmo tempo, a pergunta que provoca o dilema é uma tentativa de fazê-los tomar consciência da incredulidade e da má fé deles.
Sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas.