QUARTA-FEIRA DA 13ª SEMANA COMUM
Primeira Leitura: Gênesis 21,5.8-20
Salmo Responsorial: 33(34) R-Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.
Evangelho: Mateus 8,28-34
Naquele tempo 28 Quando Jesus chegou à outra margem do lago, à região dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois possessos, saindo dos túmulos. Eram tão violentos que ninguém podia passar por aquele caminho. 29 Eles então gritaram: “Que queres de nós, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?” 30 Ora, acerta distância deles estava pastando uma manada de muitos porcos. 31 Os demônios suplicavam-lhe: “Se nos expulsas, manda-nos à manada de porcos”. 32 Ele disse: “Ide”. Os demônios saíram, e foram para os porcos. E todos os porcos se precipitaram, pelo despenhadeiro, para dentro do mar, morrendo nas águas. 33 Os que cuidavam dos porcos fugiram e foram à cidade contar tudo, também o que houve com os possessos. 34 A cidade inteira saiu ao encontro de Jesus. E logo que o viram, pediram-lhe que fosse embora da região.
Vocês estão bem?
Hoje, quarta-feira, dia 02 de julho de 2025.
O Evangelho de Mateus, 8, 33 e 34 nos diz: “Os homens que guardavam os porcos fugiram e, indo até à cidade, contaram tudo, inclusive o caso dos possuídos pelo demônio. Então a cidade toda saiu ao encontro de Jesus. Quando o viram, pediram-lhe que se retirasse da região deles”.
Jesus abre o caminho para Deus, mas os homens se recusam a percorrê-lo. Pois a presença de Jesus, põe em polvorosa as forças do mal.
Não estás nunca só. Enquanto não me repelires.
Abençoado dia a todos!
Forte abraço!
Pe José Antonio.
Comentário à primeira leitura:
O filho tão longamente esperado e tão intensamente desejado nasceu e superou o perigoso período da amamentação. Por isso, Abraão festeja o desmame. Começa agora mais um drama que consiste no futuro de Ismael. Para entender bem esse drama, não basta ler essa história de Isaac e Sara, de Ismael e Agar somente do ponto de vista dos sentimentos humanos que o drama desperta. É preciso inserir no drama humano a ação salvadora de Deus que se esconde sob os véus dos sentimentos que afloram, quando ouvimos esses acontecimentos. O drama humano é como a base sobre a qual a ação de Deus se revela.
Abraão finalmente se tornou pai. Ele agora tem dois filhos, mas é no momento em que Isaac supera o período crítico dos primeiros meses, que Abraão perde Ismael. A brincadeira inocente dos irmãos provoca em Sara o ciúme: ela teme que Ismael partilhe a herança de seu filho, Isaac.
Abraão ama os dois filhos, por isso nos choca o fato de que Deus dê razão à Sara. Uma leitura rasa da ordem de Deus pode nos levar a mal-entendidos. Deus vê para além das aparências. Por isso, mandando que Abraão ouça Sara, está também garantindo que Ismael seja abençoado. Com efeito, foi exatamente o fato de Agar ter abandonado a casa de Abraão que fez com que Ismael se tornasse pai de um povo numeroso: os ismaelitas. Os Ismaelitas não terão a grandeza e o privilégio de ser povo de Deus; mesmo assim serão um grande povo e nessa grandeza, Deus estará presente.
É dramática a cena do deserto. Agar não quer ver morrer seu filho, mas também não quer abandoná-lo. Por isso, ela se distancia dele o suficiente para não ver a morte dele. O grito mudo e desesperado da mãe na solidão do deserto, no entanto, é ouvido por Deus. Na verdade, Deus ouve sobretudo o grito do menino. E isso explica o nome do menino que é Ismael, Deus ouve!
Deus ouve e vem em socorro da mãe e do menino: faz com que os olhos de Agar se abram e ela veja o poço para saciar a sede e a salvação que Deus realiza. A vida depende de Deus que aparentemente tinha condenado os dois à morte. Deus escuta e faz com que do menino moribundo se origine um grande povo.
Deus não escutou somente Abraão, ao conceder-lhe Ismael e, depois, Isaac. Deus escutou também Ismael: o nome Ismael significa “Deus escuta”.