Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: 22'O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia.' 23Depois Jesus disse a todos: 'Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. 24Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará. 25Com efeito, de que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro, se se perde e se destrói a si mesmo? Palavra da Salvação.
Meu irmão, Minha irmã!
Dt 30,15-20
Iniciamos nossa caminhada quaresmal, e a leitura nos recorda que são dois os caminhos que podemos seguir: o caminho da vida e do bem ou o caminho da morte e do mal.
No Deuteronômio, vemos que o nosso destino não está predeterminado por Deus, mas depende da opção que fazemos neste mundo. A cada decisão que tomamos podemos nos aproximar de Deus ou nos afastar dele. Assim a nossa liberdade recebe uma importância decisiva para a nossa salvação: somos nós que escolhemos o bem ou o mal, a vida ou a morte.
Por outro lado, no Deuteronômio constatamos que não estamos sozinhos no exercício de nossa liberdade. Deus está sempre perto de nós para que possamos escolher a vida e o bem: “Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência, amando o Senhor teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele, a fim de que habites na terra que o Senhor jurou dar a teu pais”.
Com amor paterno Deus insiste conosco para que escolhamos a vida e o bem para que possamos ter vida plena. Sua insistência não é coerção. Ele tem grande respeito pela nossa liberdade de escolha. Deus não nos constringe, mas ele nos adverte contra o perigo de escolher o mal e a morte. Nisso consiste o respeito de Deus: Ele poderia nos obrigar, mas Ele deseja a nossa resposta livre de filhos. Ele não quer uma resposta de escravos. Por isso mesmo Ele faz ver que toda escolha tem suas consequências.
Deus tem grande desejo de nosso bem, por isso ele insiste: “escolhe a vida, para que vivas”. Deus nos oferece o caminho da bênção e nos coloca em alerta contra a ilusão do caminho mais fácil e das vantagens imediatas.
Se estamos persuadidos do amor do Senhor por nós, se temos profunda confiança nele, sentiremos também o desejo de fazer a sua vontade, porque sabemos que somos amados e guiados para o amor. Não somos livres simplesmente porque temos a capacidade de escolher, mas somos livres para que, com o exercício de nossa liberdade, possamos amar Deus e o próximo.