Salmo 47 R- Recordamos, Senhor, vossa bondade em meio ao vosso templo.
Evangelho de Marcos 6,7-13
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 7Jesus chamou os doze e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. 8Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. 9Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. 10E Jesus disse ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. 11Se em algum lugar não vos receberem nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés como testemunho contra eles!” 12Então os doze partiram e pregaram que todos se convertessem. 13Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo. – Palavra da salvação.
Meu irmão, minha irmã!
Hb 12,18-19.21-24
A leitura de hoje nos revela qual é a nossa situação atual em relação a Deus, e o faz descrevendo nossa situação ondo em oposição entre a revelação ocorrida no Sinai e a nova e definitiva revelação acontecida por meio de Cristo.
O Antigo povo de Deus, no monte Sinai, se aproximou do “fogo ardente e escuridão, trevas e tempestades, som da trombeta e voz poderosa”. Era um cenário aterrador quem que a voz de Deus soou como trombeta em meios a manifestações terríveis da natureza. No meio de todo esse cenário, Deus deu a Lei ao povo. Para que o povo não caísse no juízo e no castigo, Deus deu a Lei. Obedecendo a Lei, o povo evitava a ira de Deus. Isso, porém, não elimina o terror de Deus. Por isso na carta ao Hebreus lemos: “Eles ficaram tão espantados com esse espetáculo que Moisés disse: estou apavorado e com medo”.
Os cristãos, ao contrário, não se aproximaram do “fogo ardente e escuridão, trevas e tempestades, som da trombeta e voz poderosa”, mas “do monte Sião e da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste”. Não é o monte aterrador, mas a cidade de Jerusalém, uma cidade habitável, cujo arquiteto e construtor é o próprio Deus vivo. Essa cidade é, na realidade, símbolo da salvação que vem de Deus.
Nessa cidade estão presentes “milhões de anjos em reunião festiva, a assembleia dos primogênitos, cujos nomes estão escritos nos céus”. É de fato, uma situação bem diferente do terror e do medo de Deus. Na Jerusalém que desce de Deus, os anjos se reúnem festivamente aos milhões e também os justos que vivem na terra e conosco peregrinam e que estão inscritos no livro dos justos. Esses nossos companheiros de caminhada são amados como primogênitos de Deus e nos ajudam em nossa peregrinação. Além de todos esses, na Jerusalém celeste está “Deus, o Juiz de todos”.
Será que teremos acesso a essa cidade gloriosa, povoada por tantos santos? Será que essa cidade não é tão inacessível quanto o monte Sinai, que ninguém podia sequer tocar?
No final da leitura de hoje, nos é revelada que nós poderemos chegar a habitar nessa cidade em comunhão com todos os seus veneráveis habitantes porque quem nos dá acesso a ela é Jesus Cristo.
Jesus é o “mediador da nova aliança”. É somente por meio que podemos chegar à “cidade do Deus vivo, à reunião festiva de milhões de anjos, à assembleia dos primogênitos”. O Sinai foi superado e substituído por Jesus Cristo morto e ressuscitado. O seu sangue é “mais eloquente que o de Abel”, porque o sangue de Abel subia ao céu como clamor de vingança, enquanto que o de Cristo sobe ao céus como pedido de perdão e de misericórdia.