Salmo Responsorial 59(60)R- Vossa mão nos ajude; ouvi-nos, Senhor!
Evangelho: Mateus 7,1-5
Naquele tempo Jesus disse: “Não julgueis, e não sereis julgados. 2 Pois com o mesmo julgamento com que julgardes os outros sereis julgados; e a mesma medida que usardes para os outros servirá para vós. 3 Por que observas o cisco no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio olho? 4 Ou, como podes dizer ao teu irmão: ‘Deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando tu mesmo tens uma trave no teu? 5 Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu próprio olho, e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão. 6 Não deis aos cães o que é santo, nem jogueis vossas pérolas diante dos porcos. Pois estes, ao pisoteá-las se voltariam contra vós e vos estraçalhariam. O pedido confiante é a “regra de ouro” 7 “Pedi e vos será dado! Procurai e encontrareis! Batei e a porta vos será aberta!
Meu irmão, minha irmã!
2Rs 17,5-8.13-15.18
A leitura de hoje narra o resultado trágico da infidelidade de Israel: “o Senhor se indignou profundamente contra os filhos de Israel e rejeitou-os para longe da sua face, restando apenas a tribo de Judá”.
Como se chegou a esse resultado trágico? Tudo começou com o primeiro pecado que foi a idolatria. Antes, porém, de recorrer ao castigo, Deus advertiu o povo enviando os profetas para converter o povo a Deus. E foram muitos os profetas enviados por Deus: Aías, Elias, Eliseu, Miquéias, Amós e Oséias. Depois de repetidas admoestações, o povo cometeu um pecado ainda mais grave do que a idolatria, que é a obstinação no pecado. Ante a teimosia do povo de Israel, sobrevém infelizmente o castigo de Deus: uma vez que o povo rejeitou os mandamentos de Deus, o Senhor os rejeitou para longe de sua face.
A queda de Samaria nada mais é do que a conclusão trágica daquilo que Deus tinha declarado em Dt 30,15-19: “eu ponho hoje diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal. Se obedecerdes aos mandamentos do Senhor, viverás e te multiplicarás, e o Senhor te abençoará. Se, porém, teu coração se desviar e não quiseres ouvir, se te deixares seduzir para te prostrares diante de outros deuses, eu vos declaro que certamente perecereis. Apresentei diante de vós a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a vida para que vivas”.
Pode nos chocar que Deus tenha castigado o povo de Israel pelos seus pecados. Na verdade, quem escolheu o castigo, a maldição e a morte não foi Deus e sim o próprio povo. Deus não quer a morte do pecador. Deseja que ele se converta a viva. A tragédia de Israel é para nós uma advertência: podemos abusar da nossa liberdade e, em vez de escolher a vida, escolher para nós mesmos a morte.
A tragédia de Israel também nos adverte contra a tentação do endurecimento no pecado. A obstinação no pecado foi o que tornou a pregação dos profetas inútil e estéril. Os profetas enviados foram poderosos em palavras e obras. Realizaram milagres e pregaram com coragem. Eles não foram capazes de deter a marcha do povo em direção de sua ruína nacional, social e pessoal. A única coisa que eles puderam fazer foi retardar um pouco o desenlace trágico final.
Deus não pode ser acusado de ser injusto nem de ser cruel. As promessas de Deus não se cumprem de maneira automática e mecânica. Elas exigem a misteriosa colaboração humana, que no caso de Israel falhou.
Nós recebemos de Deus não somente as suas promessas. Recebemos o próprio Cristo e o Espírito Santo. Deus não permita que rejeitemos Cristo e o Espírito Santo. Não aconteça que endureçamos no pecado e assim percamos a salvação.