Salmo Responsorial: 49(50)R- A todos que procedem retamente, eu mostrarei a salvação de Deus.
Evangelho: Mateus 8,28-34
Naquele tempo 28 Quando Jesus chegou à outra margem do lago, à região dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois possessos, saindo dos túmulos. Eram tão violentos que ninguém podia passar por aquele caminho. 29 Eles então gritaram: “Que queres de nós, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?” 30 Ora, acerta distância deles estava pastando uma manada de muitos porcos. 31 Os demônios suplicavam-lhe: “Se nos expulsas, manda-nos à manada de porcos”. 32 Ele disse: “Ide”. Os demônios saíram, e foram para os porcos. E todos os porcos se precipitaram, pelo despenhadeiro, para dentro do mar, morrendo nas águas. 33 Os que cuidavam dos porcos fugiram e foram à cidade contar tudo, também o que houve com os possessos. 34 A cidade inteira saiu ao encontro de Jesus. E logo que o viram, pediram-lhe que fosse embora da região.
Meu irmão, minha irmã!
Am 5, 14-15.21-24
Como podemos render um culto que seja agradável a Deus? Todos temos a tendência e a tentação de separar culto e vida. Em honra de Deus se organizam celebrações solenes, cheias de entusiasmo e de unção, e assim se pensamos que Deus fique satisfeito. Depois, na vida concreta seguimos a lei do lucro e do egoísmo: tempo é dinheiro, e a vida é um negócio a parte do culto oferecido a Deus.
Os profetas de Israel nunca aceitaram essa dicotomia, essa separação entre o culto e a vida real. Muitas vezes, eles se expressaram de maneira dura: Deus exige coerência entre o culto a ele prestado e a vida que as pessoas levam. “Se me oferecerdes holocaustos, não aceitarei vossas oblações e não farei caso de vossos gordos animais de sacrifício. Em vez disso, que a justiça seja abundante como água e a vida honesta, como torrente perene”.
Deus pede que a nossa vida seja conforme à sua vontade, vontade de justiça, vontade de generosidade, do contrário podemos realizar quantas celebrações solenes quisermos que elas não serão agradáveis a Deus: “Livrai-me da balbúrdia dos teus cantos, não quero ouvir a toada de tuas liras”. As belas músicas religiosas, os salmos, os cânticos animados e bem executados não podem substituir uma vida obediente à vontade de Deus que é, no fundo, uma vontade de amor generosos: “Buscai o bem, não o mal, para terdes mais vida. Odiai o mal, amai o bem, restabelecei a justiça no julgamento”.
O culto cristão consiste em participar da Eucaristia, ativa, consciente e frutuosamente. Isso significa acolher na própria vida o dinamismo iniciado por Jesus na ceia da última ceia. Jesus “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”. A eucaristia contém esse dinamismo do amor que se entrega para a nossa salvação. Por isso, assistir a eucaristia não tem sentido se não nos abrirmos a esse dinamismo de amor, se não nos esforçarmos no serviço aos outros.
O sacrifício cristão consiste em se por a si mesmo à disposição de Deus, para que Deus nos possa colocar a serviço dos outros. Trata-se de algo totalmente novo em relação aos sacrifícios antigos que eram tão criticados por Amós. Não se trata de imolar animais; se trata de oferecer, como diz S. Paulo, os nossos corpos ao serviço de Deus, ou seja, de estar disposto a viver para os outros na caridade.
Peçamos ao Senhor a graça de entender bem qual é o culto agradável a Deus. É muito importante não viver na ilusão de agradar a Deus com gestos exteriores que não correspondem ao modo como devemos viver. Seremos felizes, se acolhermos o dinamismo da Eucaristia na nossa vida concreta.