Salmo Responsorial 2 R-Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!
Evangelho: João 14,1-6
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1'Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 2Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós, 3e quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais também vós. 4E para onde eu vou, vós conheceis o caminho.' 5Tomé disse a Jesus: 'Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?' 6Jesus respondeu: 'Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. Palavra da Salvação.
Meu irmão, minha irmã!
At 13,26-33
O Evangelho não surgiu por geração espontânea. Ele tem antecedente e foi longamente preparado. Ele está enraizado no passado do povo eleito. É o que Paulo mostra claramente em seu discurso na Sinagoga de Antioquia da Pisídia.
O Evangelho, mais exatamente Jesus Cristo, é o cumprimento de tudo o que Deus realizou na história da salvação e o cumprimento de todas as promessas divinas.
Ao falar de Jesus Cristo, Paulo adverte os ouvintes para o perigo de desprezar a graça de Deus que vem através do evento paradoxal da morte e ressurreição. Se o Evangelho for rejeitado por eles, Deus tem já preparada uma obra inesperada e surpreendente que é a missão aos pagãos.
Sem insistir na culpa, mas sem ocultá-la, Paulo sublinha o fato de que os habitantes de Jerusalém e os seus chefes foram instrumento para que se cumprissem as profecias. Com efeito, Paulo declara que “eles realizaram tudo o que a Escritura diz a respeito de Jesus” para explicar que o erro deles foi motivado pela ignorância: “eles não reconheceram a Jesus e, ao condená-lo, cumpriram as profecias que se leem todos os sábados”.
Essa menção das “profecias que se leem todos os sábados” é uma forma delicada de advertência: não basta ser descendente de Abraão, é preciso se abrir ao futuro já presente no cumprimento das Escrituras na pessoa de Jesus.
Essa advertência que Paulo faz aos judeus é atual e dirigida também a nós: o nosso pecado não tem poder de impedir a realização do plano de salvação de Deus, mas é muito melhor para nós colaborar com ele, do que nos opor a ele.
Jo 14,1-6
“Na casa de meu Pai há muitas moradas”. Não devemos pensar que o Senhor vá para um hotel para nos preparar um quarto. Dizendo: “Vou preparar-vos um lugar”, Jesus quer dizer: “Sofrerei para transformar as pessoas, para torná-las capazes de estar perto de Deus”.
Durante o processo judaico Jesus será acusado de querer construir um novo templo. Na realidade, na ressurreição, Ele preparou o novo templo que é, ao mesmo tempo, casa de Deus e casa das pessoas redimidas: este é o lugar que Ele nos preparou. Agora podemos ter a coragem de nos aproximar de Deus com plena confiança pela fé nele. Aproximar-se de Deus é algo de tremendo para uma pessoa pecadora, mas graças à morte e à ressurreição do Filho nós o podemos agora com amor confiante e reconhecido. Foi desta maneira que Jesus nos preparou um lugar na casa do Pai.
Após ter feito esta preparação Jesus vem ao nosso encontro e nos toma com Ele na sua ressurreição: Ele o faz primeiro nos sacramentos (de modo especial na eucaristia) e depois o fará definitivamente quando nos chamar no momento da morte para além dela.