Salmo Responsorial -137(138) R- Ó Senhor, me estendeis o vosso braço e me ajudais.
Evangelho: João 16,5-11
5“Agora, parto para aquele que me enviou e nenhum de vós me pergunta: ‘Para onde vais?’ 6Mas, porque vos disse isso, a tristeza encheu os vossos corações. 7No entanto, eu vos digo a verdade: é bom para vós que eu parta; se eu não for, não virá até vós o defensor; mas, se eu me for, eu vo-lo mandarei. 8E quando vier, ele demonstrará ao mundo em que consistem o pecado, a justiça e o julgamento: 9o pecado, porque não acreditaram em mim; 10a justiça, porque vou para o Pai, de modo que não mais me vereis; 11e o julgamento, porque o chefe deste mundo já está condenado”. – Palavra da salvação.
Prezados irmãos e irmãs!
Vocês estão bem?
No Evangelho de João, 16, 8 e 11, Jesus diz: “Quando vier o Defensor, ele demonstrará ao mundo em que consistem o pecado, a justiça e o julgamento. Vou para o Pai, de modo que não mais me vereis”.
A partida de Jesus não é abandono. Como é consolador perceber a dimensão do amor de Jesus pela humanidade! Sabemos que nossa natureza limitada e pecadora precisa do impulso da graça. Este impulso nos virá do Espírito Santo. Com ele nos movemos e somos.
Abençoado dia a todos!
Forte abraço!
Pe José Antonio.
COMENTÁRIO MAIS EXTENSO:
Meu irmão, minha irmã!
At 16,22-34
O resultado da missão de Paulo e Silas na Europa, mais exatamente na cidade de Filipos é, à primeira vista, um fracasso. A multidão dos filipenses se levantou contra Paulo e Silas, e os missionários foram levados diante dos magistrados das cidades para serem acusados. Depois de serem açoitados bastante, Paulos e Silas foram jogados na prisão.
A Evangelização na Europa parecia ter começado bem com a acolhida das mulheres, e terminado muito mal com a prisão dos apóstolos. Essa impressão, no entanto, é muito superficial. Mesmo que os filipenses tenham rejeitado o Evangelho, na prisão, Paulo e Silas convertem inesperadamente o carcereiro.
Os sofrimentos de Paulo e Silas não são inúteis. Eles prepararam a conversão do carcereiro e de sua família. Além disso, o relato nos mostra que não adianta resistir a Deus. Foi exatamente a rejeição das multidões que possibilitou a Paulo e Silas converter o carcereiro.
Os missionários saem da prisão e da cidade não como derrotados, mas como vencedores. Assim se revela que o início da missão na Europa foi abençoado por Deus. Os missionários são protegidos por Deus e mesmo a rejeição do Evangelho acaba por ser o meio pelo qual Deus leva adiante o seu plano.
Jo 16,5-11
Podemos interpretar a palavra de Jesus “Agora parto para aquele que me enviou” como se Jesus estivesse falando de sua ressurreição e ascensão. Mas não devemos esquecer que Jesus faz essa afirmação antes de sofrer a paixão. Portanto, “ir para aquele que o enviou” não se refere primeiramente à ascensão, mas à sua morte. Jesus fala em ir ao Pai, pensando na sua morte. Ir para o Pai significa dar a sua vida em sacrifício e essa é a condição do dom do Espírito Santo: “se eu não for, não virá até vós o Defensor”.
A condição da vinda do Espírito Santo não é a ascensão, mas a morte na cruz. Ou melhor, devemos entender também a ascensão de Jesus no sentido próprio do Evangelho de João: subir significa subir na cruz; ser elevado, significa ser elevado na cruz. Assim, por meio da morte na cruz e da ressurreição, Jesus é elevado e glorificado. Por meio dessa ascensão na cruz, Jesus é glorificado e glorifica em si mesmo todos nós.
Ao glorificar Deus com o seu sacrifício na cruz, Jesus transforma a sua humanidade, assumida na encarnação, numa humanidade que é capaz de transmitir Deus, de transmitir o Espírito Santo. Ao obedecer a vontade do Pai, que o enviou, e ao nos amar até o ponto de entregar a sua vida, Jesus fez de sua humanidade uma humanidade nova, uma humanidade que agora nos transmite o dom do Espírito Santo.
Prestemos atenção a esse mistério: nós recebemos o Espírito Santo por meio da humanidade de Jesus. O Espírito que ungiu Jesus no batismo do Jordão, o Espírito que conduziu Jesus em seu ministério público e que Ele entregou ao morrer na cruz, esse é o Espírito que recebemos de Jesus.
Assim a separação de Jesus é, na verdade, uma separação aparente, uma vez que a sua morte vai selar uma união de coração muito mais profunda por meio do dom do Espírito Santo.
Esse mistério ilumina também quando perdemos uma pessoa querida. A morte não nos separada dela. Pelo contrário, por causa do dom do Espírito, estamos tão unidos a Jesus que, com a morte, nos unimos ainda mais às pessoas que já morreram. Mesmo que não tenhamos a alegria da presença física dos nossos falecidos, experimentamos pela fé que agora temos uma intimidade e uma união incomparavelmente mais real e profunda do que enquanto elas estavam vivas.