TERÇA APÓS EPIFANIA

TERÇA FEIRA APÓS A EPIFANIA

04/01/2022


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Leitura: 1 João 4,7-10

Salmo 71(72) Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!

Evangelho de Marcos 6,34-44

Naquele tempo: 34Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. 35Quando estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: 'Este lugar é deserto e já é tarde. 36Despede o povo, para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa para comer.' 37Mas, Jesus respondeu: 'Dai-lhes vós mesmos de comer.' Os discípulos perguntaram: 'Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar-lhes de comer?' 38Jesus perguntou: 'Quantos pães tendes? Ide ver.' Eles foram e responderam: 'Cinco pães e dois peixes.' 39Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. 40E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinquenta pessoas. 41Depois Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. 42Todos comeram, ficaram satisfeitos, 43e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. 44O número dos que comeram os pães era de cinco mil homens. Palavra da Salvação.


Meu irmão, minha irmã!


O Evangelho de hoje nos mostra que devemos anunciar Aquele que reconhecemos na Epifania como Luz das Nações mesmo que não tenhamos todos os recursos necessários para tanto. Chamo a atenção para o gesto simples e humilde dos apóstolos em oferecer a Jesus o próprio lanche para que Jesus pudesse realizar o milagre da multiplicação.

Jesus se compadece da multidão porque ela está abandonada a si mesma, porque ninguém se importa com essas pessoas cansadas e abatidas como ovelhas que não têm pastor. A misericórdia de Jesus primeiramente se manifesta concretamente na pregação. Jesus ensina e o seu ensinamento é alimento e conforto para as multidões.

Com efeito, a palavra de Jesus reúne os dispersos e perdidos. Ele começa a “ensinar-lhes muitas coisas”. É interessante que Marcos atribui grande importância ao ensinamento de Jesus, mas não especifica o conteúdo da pregação de Jesus. Que temas ele abordou? Quais doutrinas ele ensinou? O que Ele falou? Nada disso é descrito por Marcos. É como se o evangelista quisesse dizer indiretamente que o conteúdo da pregação de Jesus é o próprio Jesus. O conteúdo da pregação de Jesus é o próprio Jesus.

É muito bom ouvir Jesus, mas chega o momento em que Jesus pede que deixemos a plateia para subir ao palco; pede que deixemos de ser ouvintes para fazer algo; pede para que deixemos a alegria do ouvir, para a responsabilidade da colaboração com Jesus. Jesus não pede muito; pede muito pouco, mas esse pouco não deixa de nos pedir. Jesus quer nossa participação, por isso ele pediu aos discípulos: “dai-lhes vós mesmo de comer”. Deus não faz os seus milagres sem o nosso pouco. Foi por isso que ele pediu aos discípulos: “dai-lhes vós mesmo de comer”.

Jesus faz dos discípulos apóstolos. Ele os envia em missão; eles terão a missão de saciar a fome da multidão. E os discípulos humildemente ofereceram a Jesus o pouco que tinham: cinco pães e dois peixes. É pouco! É quase nada! Mas uma vez, oferecidos a Jesus se multiplicam em suas mãos. É desse pouco, ainda sobraram doze cestos cheios dos pedaços que sobraram.

A Epifania manifestou o Senhor para o mundo inteiro, mas nós somos chamados a participar e a colaborar com Jesus para saciar a fome que o mundo tem de Deus.



DOM JULIO ENDI AKAMINE

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba

Créditos do áudio: Rádio Uniso