Meus irmãos, minhas irmãs,
Os Evangelhos nos relatam, que Jesus anunciou três vezes sua paixão, morte e ressurreição. Relatam também, como, nas três vezes, seus discípulos mostram, por suas reações, que não entenderam nada.
No Evangelho de hoje escutamos o terceiro anúncio, conforme São Marcos. Jesus está a caminho para Jerusalém. Ele vai na frente, abre o caminho, os discípulos e o povo o acompanham, seguem com medo, espantados. Jesus chama os doze a parte e repete o que já lhes confiou em outras ocasiões: sofrimentos, morte, ressurreição. Em si não é nenhuma novidade, porque os profetas já anunciaram isso, séculos anteriores. Isaías falou repetidas vezes do servo sofredor, do justo perseguido, que suporta a injustiça e carrega o crime de muitos. Este justo é Jesus que se entrega para nossa redenção.
Assim ele se torna o novo sumo sacerdote, que assume a debilidade humana – mencionado na 2ª leitura – e é assim o exemplo para o justo perseguido, exemplo para a Igreja perseguida, exemplo para todos os perseguidos também hoje.
Porém, os discípulos, que já andaram um bom tempo com Jesus, que receberam tantas instruções e viveram mergulhados no exemplo vivido com Jesus, não entenderam nada. João e Tiago, os dois filhos de Zebedeu, companheiros de Jesus desde a primeira hora, pedem os lugares privilegiados. Pedem os primeiros lugares, querem estar à direita e à esquerda de Jesus. Não suspeitam que estes lugares serão ocupados por dos criminosos e que eles, em esta hora mais importante, estarão ausentes, escondidos de medo.
Quem quer seguir a Jesus deve procurar a grandeza do serviço, o privilégio de gastar a vida pelos outros. Pelo serviço chegamos ao Reino.
Ir. Timótea OSB