4ª FEIRA DA 34ª SEMANA COMUM. -
1ª Leitura: Daniel 5,1-6.13-14.16-17.23-28
Salmo Responsorial Daniel 3,62-67-R- Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12“Antes que essas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. 13Essa será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. 14Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa, 15porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. 16Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. 17Todos vos odiarão por causa do meu nome. 18Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. 19É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!” – Palavra da salvação.
Dn 5,1-6.13-14.16-17.23-28
Vemos o triunfo de um personagem rico e poderoso que chegou ao ponto mais alto do sucesso humano. O Rei Baltasar tem sob seu domínio um império enorme. Ele organiza uma festa grandiosa para todos mil dignitários de sua corte. O rei Baltasar abusa de seu poder para cometer um ato de sacrilégio: ele utiliza os vasos sagrados tomados do templo de Jerusalém para beber e se embriagar. Pior ainda, ele faz com que os convidados façam o mesmo. E como se não bastasse profanar e incentivar os outros à profanação, o rei Baltasar bebe em honra dos deuses. Além da profanação, acrescenta ainda a idolatria e a blafêmia. Ele brinda aos deuses com os objetos de culto das divindades vencidas.
Ele assume assim a figura do ímpio triunfante e insolente, como é descrito no salmo 72,6-9: “Eles fazem do orgulho o seu colar, da violência, uma veste que os envolve; transpira a maldade de seu corpo, transbordam falsidades suas mentes. Zombam do bem e elogiam o que é mau, exaltam com orgulho a opressão; investe sua boca contra o céu, e sua língua envenena toda a terra”.
O triunfo do rei, ainda que espetacular e extraordinário, porém, é frágil. A sua alegria é superficial e o seu sucesso é aparente. Na realidade, ele se encontra em uma insegurança completa, porque lhe falta o apoio verdadeiramente importante que é a justa relação com Deus. A aparição de uma mão que escreve na parede da sala real não provoca, mas revela essa insegurança fundamental. De um momento para o outro provoca no rei o medo, transforma o poderoso conquistador em um homem fraco que treme: suas ideias se confundiram, os ossos dos quadris vacilaram e os seus joelhos tremeram. É a figura oposta ao rei poderoso e triunfante de há pouco tempo.
Baltasar recorre, então, a Daniel para interpretar a escrita misteriosa. Impressionado com a sabedoria de Daniel, o rei executará o último ato de seu reinado, que é o de promover Daniel como o Terceiro posto mais importante no seu Reino. Sem o saber, Baltasar acabou por nomear o profeta como o arauto de sua condenação. Na mesma noite em que fez essa nomeação, o rei dos Caldeus foi assassinado.
Sabemos como os poderes deste mundo são em si mesmos inseguros e instáveis. A história de Baltasar e de Daniel nos revela que um poder temporal que não tem por base a justiça e a verdade divinas é sumamente frágil e passageiro. Infelizmente, antes de passar, tal poder é causa de grande sofrimento dos mais vulneráveis.