TERÇA-17ªTC

3ª FEIRA DA 17 ª SEMANA COMUM

30/07/2024 

São Pedro Crisólogo

LINKS AUXILIARES:


1ª Leitura: Jeremias 14,17-22

Salmo Responsorial 78(79) R- Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos!

Evangelho Mateus 13, 36-43

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 36Jesus deixou as multidões e foi para casa. Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Explica-nos a parábola do joio!” 37Jesus respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do homem. 38O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao reino. O joio são os que pertencem ao maligno. 39O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifadores são os anjos. 40Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: 41o Filho do homem enviará os seus anjos e eles retirarão do seu reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; 42e depois os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes. 43Então os justos brilharão como o sol no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos ouça”. – Palavra da salvação.


Meu irmão, minha irmã!

A explicação da parábola do joio e do trigo muda o foco de nossa atenção. A atenção se desloca da convivência do trigo e do joio para o destino diverso dos bons e dos maus. 


A Igreja corre dois riscos: tornar-se uma seita de justos, que não tem misericórdia dos imperfeitos e dos fracos, ou se transformar num bando de imorais que justificam a própria imoralidade pela misericórdia divina. 


A parábola do joio e do trigo fala da convivência dos bons e dos maus na Igreja. A Igreja não é uma elite dos perfeitos, tampouco um bando de acomodados. Na Igreja os bons devem perseverar e crescer na humildade, sabendo que a santidade é dom de Deus. Nela, os pecadores devem buscar a conversão, com confiança na misericórdia divina. O juízo, ou seja, a separação dos que são bons e dos que são condenados, dos santos e dos condenados, só se dará no Juízo Final, e não agora. E quem fará a separação não seremos nós, com nossos critérios limitados, visão superficial, mas será Deus. 


O tempo presente é o tempo da paciência: paciência nossa e paciência de Deus. Paciência para que possamos chegar todos à conversão. A parábola responde à pergunta: se a Igreja é a Igreja de Jesus Cristo, por que existem maus cristãos? 


A parábola dá duas razões: a primeira é a de que Deus semeia a boa semente, mas que também infelizmente satanás semeia o joio. Mesmo sendo batizado, mesmo tendo recebido o dom de pertencer à Igreja, o cristão deve lutar contra a tentação de satanás. A graça de Deus não se substitui à nossa liberdade é preciso perseverar na graça para não ser vencido pela tentação. 


A outra razão é a de que Deus concede tempo para a conversão. Ainda não é tempo da separação. Por isso, a presença de pecadores na Igreja é sinal da condescendência de Deus. Não podemos abusar da condescendência e por isso nós devemos sempre buscar a conversão do coração. Assim, a convivência com os pecadores não deve ser causa de pessimismo. O Juízo Final, o juízo de Deus, será o triunfo de Deus, mas Deus não quer vencer sem que nós também vençamos o pecado em nós mesmos. 


DOM JULIO ENDI AKAMINE 

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba 

Créditos do áudio: Rádio Uniso