QUARTA-12TC

QUARTA-FEIRA DA 12ª SEMANA COMUM

26/06/2024

São Josemaria Escrivá

LINKS AUXILIARES:


1ª Leitura 2 Reis 22,8-13;23,1-3

Salmo 118(119)R- Ensinai-me a viver vossos preceitos, ó Senhor!

Evangelho: Mateus 7,15-20

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 15“Cuidado com os falsos profetas: eles vêm até vós vestidos com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes. 16Vós os conhecereis pelos seus frutos. Por acaso se colhem uvas de espinheiros ou figos de urtigas? 17Assim, toda árvore boa produz frutos bons e toda árvore má produz frutos maus. 18Uma árvore boa não pode dar frutos maus, nem uma árvore má pode produzir frutos bons. 19Toda árvore que não dá bons frutos é cortada e jogada no fogo. 20Portanto, pelos seus frutos vós os conhecereis”. – Palavra da salvação.


Meu irmão, minha irmã!

Mt 7,15-20

Cuidado com os falsos profetas. João Batista é o único profeta a indicar o Messias, por isso ele é o maior dos nascidos de mulher. É reconhecido pelo próprio Jesus como mais do que um profeta: voz que clama no deserto, precursor do Messias, testemunha de Cristo, aquele que batizou o autor do Batismo, o Elias esperado. João Batista diminuiu para que Cristo crescesse; reconheceu que não era digno sequer de desamarrar as correias das suas sandálias; que aquele que viera depois dele, tinha passado a sua frente.

Em contraste com João Batista, tão recomendado por Jesus, hoje o próprio Jesus nos adverte contra os falsos profetas. Os falsos profetas são os que falam e não fazem; são os que amarram pesados fardos sobre os outros, mas não estão dispostos sequer a suportar tais fardos com o dedo.

Os falsos profetas conhecem a porta estreita e o caminho apertado, tanto que os ensinam aos outros, mas eles mesmos não passam pela porta estreita nem trilham o caminho apertado. Há uma incoerência entre o que ensinam e o que vivem: uma incoerência que não é devida à fragilidade e à debilidade humana, nem é uma incoerência que decorre do fato de a Palavra de Deus ser sempre maior do que nós, pobres pecadores, mas que tem como causa a hipocrisia daquele que faz da Palavra uma mercadoria, que a instrumentaliza para os próprios interesses e para sua vaidade. 

A incoerência entre o que ensinam e o que vivem é, portanto, uma estratégia de vida, uma instrumentalização da Palavra de Deus para obter fama e uma bela fachada que estão finalizadas a esconder e a ocultar uma vida de pecado. Para usar uma expressão de Jesus, são sepulcros caiados, bonitos por fora, mas por dentro cheios de podridão.

Pela pregação, o falso profeta se parece com Cristo cordeiro: fala como Ele, pode até mesmo parecer viver como Ele, mas na verdade o coração está longe de Cristo: são lobos em pele de cordeiro. Os falsos profetas têm a boca de Jesus, mas não o seu coração. Aceitam e admiram a mensagem de Jesus, mas não o amam nem o seguem realmente. Tem a aparência de Cristo, mas entregam o coração aos ídolos do mundo ou fazem de si mesmos o centro do culto e da vida dos seus seguidores. Como toda falsificação, esses profetas de araque na verdade não servem o povo de Deus, mas a si mesmos. Não alimentam as ovelhas, mas a si mesmos; não cuidam do rebanho, mas a si mesmos; não servem o povo de Deus, mas a si mesmos. 

O que os falsos profetas pregam nem sempre é erro e mentira. Podem também pregar o Evangelho. Por isso Jesus diz que devemos fazer o que eles dizem, mas não fazer o que eles fazem (cf. Mt 23,3).

Deus nos livre de tal caminho, de tal falsificação do ministério da palavra, de tal perversão do serviço pastoral, tal manipulação do culto a Deus.

 


DOM JULIO ENDI AKAMINE 

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba 

Créditos do áudio: Rádio Uniso