QUINTA-13TC

5ª FEIRA DA 13ª SEMANA DO TEMPO COMUM 

04/07/2024

Santa Isabel de Portugal

LINKS AUXILIARES:


1ª. Leitura –Amós 7,10-17

Salmo 18(19)R- Os julgamentos do Senhor são retos e justos igualmente.

Evangelho Mateus 9,1-8 

Naquele tempo, entrando num barco, Jesus passou para a outra margem do lago e foi para a sua cidade. 2 Apresentaram-lhe, então, um paralítico, deitado numa maca. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: “Coragem, filho, teus pecados estão perdoados!” 3 Então alguns escribas pensaram: “Esse homem está blasfemando”. 4 Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: “Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações? 5 Que é mais fácil, dizer: ‘Os teus pecados são perdoados’, ou: ‘Levanta-te e anda’? 6 Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados, – disse então ao paralítico – levanta- te, pega a tua maca e vai para casa”. 7 O paralítico levantou-se e foi para casa. 8 Vendo isso, a multidão ficou cheia de temor e glorificou a Deus por ter dado tal poder aos seres humanos. Palavra da Salvação


Meu irmão, minha irmã! 

Am 7,10-17

O profeta Amós predizia as catástrofes que se abateriam sobre o país como castigo pela injustiça social que degradava a vida social. Quando um profeta anuncia catástrofes iminentes são possíveis duas atitudes: a primeira é a reação descrita na leitura que acabamos de ouvir. É a atitude de querer calar a voz do profeta para não se sentir incomodado nem chamado à conversão. A segunda atitude é aquele que foi descrita no livro de Jonas: a conversão sincera e a mudança de vida.

É possível calar a voz do profeta de diversas maneiras. Uma vez que Amós predizia a ruína de Israel, a morte do rei Jeroboão e o exílio do povo, foi “convidado” a ir embora de Betel. Com efeito, o Sacerdote Amasias disse a Amós: “Vidente, sai e procura refúgio em Judá, onde possas ganhar teu pão e exercer a profecia; mas em Betel não deverás insistir em profetizar, porque aí fica o santuário e a corte do reino”. 

No tempo de Amós a religião e o Estado, a fé e a política estavam estreitamente unidas, por isso a pregação de Amós, ameaçando terríveis castigos de Deus, era considerada perigosa do ponto de vista político. Por isso, era preciso mandar o profeta para o exílio. Foi o mesmo que aconteceu com Jeremias: porque ele profetizou a destruição de Jerusalém e de seu templo, foi considerado um antipatriota, um homem politicamente suspeito, foi encarcerado e ameaçado de morte.

Assim se faz calar o profeta: uma solução fácil e ilusória. Por que querer tapar o sol com a peneira? Para que tapar os ouvidos para não ouvir. Ainda que o profeta seja impedido de pregar, a ameaça que pende sobre as pessoas não desaparece nem se torna menos grave. Pelo contrário, calar o profeta, faz o perigo aumentar, uma vez que essa atitude é um obstinar-se no pecado.

Outra atitude tomou o povo de Nínive: levou a séria a profecia e se converteu na esperança de que a catástrofe predita fosse evitada. Jonas percorreu a cidade por três dias anunciando: quarenta dias e Nínive será destruída”. Os ninivitas poderiam ter feito calar o profeta com facilidade, mas, em vez disso, eles acreditaram em Deus, publicaram um jejum público e se converteram do maior ao menor. Os ninivitas buscaram um remédio para o perigo que foi anunciado pelo profeta, e por isso, Deus deixou de cumprir a ameaça que tinha feito. 

Nós também podemos escolher entre essas duas atitudes, quando nos chega alguma advertência por parte de Deus. As advertências de Deus podem chegar a nós de vários modos: através da palavra de um homem de Deus, de uma leitura da Escritura ou de um livro, de fatos que nos colocam diante das consequências de um comportamento que não é de acordo com a vontade de Deus. Não ignoremos as advertências que o Senhor nos faz; não tapemos os ouvidos; não calemos a voz dos profetas de nosso tempo.


DOM JULIO ENDI AKAMINE 

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba 

Créditos do áudio: Rádio Uniso