3ª FEIRA DA 4ª SEMANA COMUM
Leitura: 2 Samuel 18,9-10.14b.24-25ª. 30-19,3
Salmo 85(86) R- Inclinai o vosso ouvido, ó Senhor, e respondei-me!
Evangelho de Marcos 5,21-43
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 21Jesus atravessou de novo, numa barca, para a outra margem. Uma numerosa multidão se reuniu junto dele e Jesus ficou na praia. 22Aproximou-se, então, um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Quando viu Jesus, caiu a seus pés 23e pediu com insistência: “Minha filhinha está nas últimas. Vem e põe as mãos sobre ela, para que ela sare e viva!” 24Jesus então o acompanhou. Uma numerosa multidão o seguia e o comprimia. 25Ora, achava-se ali uma mulher que, há doze anos, estava com uma hemorragia; 26tinha sofrido nas mãos de muitos médicos, gastou tudo o que possuía e, em vez de melhorar, piorava cada vez mais. 27Tendo ouvido falar de Jesus, aproximou-se dele por detrás, no meio da multidão, e tocou na sua roupa. 28Ela pensava: “Se eu ao menos tocar na roupa dele, ficarei curada”. 29A hemorragia parou imediatamente, e a mulher sentiu dentro de si que estava curada da doença. 30Jesus logo percebeu que uma força tinha saído dele. E, voltando-se no meio da multidão, perguntou: “Quem tocou na minha roupa?” 31Os discípulos disseram: “Estás vendo a multidão que te comprime e ainda perguntas: ‘Quem me tocou?’” 32Ele, porém, olhava ao redor para ver quem havia feito aquilo. 33A mulher, cheia de medo e tremendo, percebendo o que lhe havia acontecido, veio e caiu aos pés de Jesus e contou-lhe toda a verdade. 34Ele lhe disse: “Filha, a tua fé te curou. Vai em paz e fica curada dessa doença”. 35Ele estava ainda falando quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga e disseram a Jairo: “Tua filha morreu. Por que ainda incomodar o mestre?” 36Jesus ouviu a notícia e disse ao chefe da sinagoga: “Não tenhas medo. Basta ter fé!” 37E não deixou que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e seu irmão João. 38Quando chegaram à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu a confusão e como estavam chorando e gritando. 39Então, ele entrou e disse: “Por que essa confusão e esse choro? A criança não morreu, mas está dormindo”. 40Começaram então a caçoar dele. Mas ele mandou que todos saíssem, menos o pai e a mãe da menina e os três discípulos que o acompanhavam. Depois entraram no quarto onde estava a criança. 41Jesus pegou na mão da menina e disse: “Talitá cum” – que quer dizer: “Menina, levanta-te!” 42Ela levantou-se imediatamente e começou a andar, pois tinha doze anos. E todos ficaram admirados. 43Ele recomendou com insistência que ninguém ficasse sabendo daquilo. E mandou dar de comer à menina. – Palavra da salvação
Davi está em fuga, perseguido pelo próprio filho, Absalão. Davi, mesmo que seja um filho rebelde, se preocupa com ele: “Vai tudo bem para o jovem Absalão?” Quando ele percebe o que aconteceu ao filho, estremecido com a morte dele, Davi diz exclama aos prantos: “Absalão, meu filho. Meu filho, Absalão”. O pai não pensa na rebelião e no pecado de Absalão. Pensa somente em seu filho. Por isso a vitória na guerra contra Absalão se transforma em luto.
Todos os dias os jornais nos dão notícias de assassinatos e de crimes hediondos. Tudo isso desperta em nós o desprezo e a cólera contra os criminosos. Essa não é uma atitude cristã. É uma atitude bem diferente da que Davi teve em relação a Absalão. Mesmo que este tenha agido de maneira indigna de filho, Davi não negou sua paternidade. Mesmo que criminosos se comportem de maneira condenável, eles não deixam de ser nossos irmãos.
O cristão, se está unido a Deus, sofre pelo mal que as pessoas fazem: pelo mal que os inocentes sofrem e também pelo mal que os criminosos fazem a si mesmos. Sofremos pelas vítimas dos crimes, mas sofremos mais ainda pelos autores dos crimes, pois o mal recai sobretudo sobre eles mesmos. Reagindo dessa maneira nos aproximamos da reação de Deus ante os males deste mundo.
Como Deus, o cristão odeia o pecado sem odiar o pecador, porque sabe que odiar o pecador em vez de tirar o mal acaba por intensifica-lo.
Com efeito, “Deus prova seu amor para conosco, pelo fato de que Cristo morreu por nós, quando ainda éramos pecadores”.