SÁBADO-33TC

SÁBADO DA 33ª SEMANA COMUM. -

 23/11/2024

São Clemente I 

LINKS AUXILIARES:

 

1ª Leitura: Apocalipse 11,4-12

Salmo Responsorial 143(144)-R- Bendito seja o Senhor meu Rochedo! 


 Evangelho Lucas 20,27-40

Aproximaram-se de Jesus alguns saduceus, os quais negam a ressurreição, 28         e lhe perguntaram: “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a mulher para dar descendência ao irmão’. 29         Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos. 30         Também o segundo 31         e o terceiro se casaram com a mulher. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. 32         Por fim, morreu também a mulher. 33         Na ressurreição, ela será esposa de qual deles? Pois os sete a tiveram por esposa”. 34         Jesus respondeu-lhes: “Neste mundo, homens e mulheres casam-se, 35         mas os que forem julgados dignos de participar do mundo futuro e da ressurreição dos mortos não se casam; 36         e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos; serão filhos de Deus, porque ressuscitaram. 37         Que os mortos ressuscitam, também foi mostrado por Moisés, na passagem da sarça ardente, quando chama o Senhor de ‘Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó’. 38         Ele é Deus não de mortos, mas de vivos, pois todos vivem para ele”.     Alguns escribas responderam a Jesus: “Mestre, falaste muito bem”. 40         E não mais tinham coragem de lhe perguntar coisa alguma.


Meu irmão, minha irmã!

Ap 11,4-12

A leitura de hoje é uma confirmação de que o Evangelho é doce na boca e amargo no coração. João toma a visão que o profeta Zacarias tinha narrado anteriormente para descrever o que acontece à duas testemunhas do Evangelho que “estavam incomodando os habitantes da terra” porque pregavam a conversão de vida. O profeta Zacarias tinha mencionado um candelabro de ouro e duas oliveiras (Zc 4), que são os símbolos de Zorobabel e o sumo sacerdote Josué.

João, por sua vez, usa esses símbolos do AT e os reinterpreta para descrever o que acontece a quem acolheu o Evangelho que é doce na boca e amargo no estômago. 

De fato, as testemunhas do Evangelho são incômodos ao Grande Império e a morte delas enche de contentamento a sociedade que elas denunciavam. Os cadáveres das duas testemunhas permanecem sem serem sepultados: mesmo mortos, as pessoas não conseguem varrer da memória as duas testemunhas do Evangelho.

Depois de três dias e meio (metade de sete), as duas testemunhas revivem. Isto significa que mesmo que os poderes mundanos consigam, em certos momentos, se desfazerem dos profetas incômodos, o Espírito Santo volta a suscitar de novo a profecia no meio da Igreja. Com efeito, a história da Igreja é uma sucessão de profetas mortos e ressuscitados. O poder do Mundo sempre procura se livrar dos profetas, como mortes violentas, com métodos de manipulação, de integração ou de instrumentalização.



DOM JULIO ENDI AKAMINE

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba

Créditos do áudio: Rádio Uniso