QUINTA-17TC

5ª FEIRA DA 17 ª SEMANA COMUM 

01/08/202

Sto. Afonso Maria de Ligório

LINKS AUXILIARES:


1ª Leitura: Jeremias 18,1-6

Salmo Responsorial 145(146)R- Feliz quem se apoia no Deus de Jacó!

Evangelho Mateus 13, 47-53  

O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que pegou peixes de todo tipo.  48 Quando ficou cheia, os pescadores puxaram a rede para a praia, sentaram-se, recolheram os peixes bons em cestos e jogaram fora os que não prestavam. 49 Assim acontecerá no fim do mundo: os anjos virão para separar os maus dos justos, 50 e lançarão os maus na fornalha de fogo. Aí haverá choro e ranger de dentes. 51 “Entendestes tudo isso?” – “Sim”, responderam eles. 52 Então ele acrescentou: “Assim, pois, todo escriba que se torna discípulo do Reino dos Céus é como um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”. 53 Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali.

Meu irmão, minha irmã! 

Jr 18,1-6

Deus mandou o profeta Jeremias ir à casa do oleiro. Lá o profeta fica admirado com o que vê: vê o carinho do oleiro para com o barro que as suas mãos modelam. Se uma peça não sai do jeito que queria, em vez de jogar fora o barro, o oleiro volta a modelar uma outra peça que lhe agrade. A partir dessa visão do cotidiano do oleiro, Jeremias tem a intuição da realidade transcendente; a partir da realidade material, Jeremias intui a ação transcendente de Deus em relação a seu povo.

Preocupado com a salvação do povo, Jeremias compreendeu, a partir da visão do trabalho do oleiro, o significado transcendente dos acontecimentos históricos do presente.

Deus e o seu povo são como o oleiro e o barro. O povo, que Deus tanto ama, não saiu como desejava Deus; é como um vaso que não ficou bom. O ensinamento dessa comparação é clara: o povo deve se colocar nas mãos de Deus com a mesma docilidade com que o barro se deixa moldar pelas mãos do oleiro. Deus pode desfazer e esmagar o povo, mas nunca vai aniquilá-lo, assim como o oleiro volta a moldar o barro de um vaso que não saiu bom. Como o oleiro, Deus, na sua providência, deseja criar uma obra da qual ele sinta orgulho. Por isso, as pessoas precisam de crer em Deus: tudo o que Ele faz persegue um desígnio de amor. É preciso aceitar a modelagem purificadora de Deus, até que sejamos realmente santificados.

A visão do oleiro ensina também que, diferente do barro nas mãos do oleiro, o ser humana é responsável e livre. O oleiro desfaz o que saiu errado e com o mesmo barro começa outro. O ser humano, por outro lado, é livre e responsável, por isso precisa reformar o que deformou. O barro humano tem a terrível capacidade de resistir à ação formadora de Deus. Deus, por sua vez, quer modelar o ser humano com a sua palavra e não com a força; deseja que nossa formação seja realizada por um dinamismo que atua a partir de dentro e não como uma coerção extrínseca e exterior.


DOM JULIO ENDI AKAMINE 

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba 

Créditos do áudio: Rádio Uniso