SEGUNDA- 13TC

2ª FEIRA DA 13ª SEMANA DO TEMPO COMUM

01/07/2024

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Primeira Leitura: Amós 2,6-10.13-16

Salmo Responsorial 49(50)-R- Entendei isto, todos vós que esqueceis o Senhor Deus!


Evangelho: Mateus 8,18-22

 Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 18vendo uma multidão ao seu redor, Jesus mandou passar para a outra margem do lago. 19Então um mestre da lei aproximou-se e disse: “Mestre, eu te seguirei aonde quer que tu vás”. 20Jesus lhe respondeu: “As raposas têm suas tocas e as aves dos céus têm seus ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”. 21Um outro dos discípulos disse a Jesus: “Senhor, permite-me que primeiro eu vá sepultar meu pai”. 22Mas Jesus lhe respondeu: “Segue-me e deixa que os mortos sepultem os seus mortos”. – Palavra da salvação.

Meu irmão, minha irmã!

Am 2,6-10.13-16

O profeta Amós luta contra a avareza com palavras duras. A cobiça por riquezas é fonte de muitos males. Amós denuncia a perversão provocada pela cupidez, que faz perder o senso da justiça e o respeito devido às pessoas. Essa perversão da consciência leva a tratar as pessoas como meros instrumentos para conseguir dinheiro: “eles venderam o justo por dinheiro e o indigente, pelo preço de um par de chinelos”. Que desprezo pela pessoa humana, criada a imagem de Deus! Ela é reduzida a um artigo de troca. Ela é apreciada por um preço vil, inferior ao dos animais!

Amós denuncia também o desprezo da mulher praticada na imoralidade sexual. “Filho e pai vão à mesma mulher, profanando meu santo nome”. A mulher nunca pode ser rebaixada a artigo para satisfazer desejos imorais. Quem dispõe de dinheiro pensa que isso lhe dá direitos ilimitados. Violar a dignidade de uma mulher não é uma culpa leve. O próprio Deus é ofendido quando se ofende a mulher na imoralidade.

E o profeta continua. Os que querem se enriquecer com todos os meios, oprimindo os outros, perdem o respeito de Deus e, sem ao menos se dar conta, participam do culto de maneira sacrílega. “Deitam-se junto a qualquer altar, usando roupas que foram entregues em penhor, bebem vinho à custa de pessoas multadas, na casa de Deus”. O profeta Amós exprime sua indignação contra quem leva para as celebrações cultuais os bens impiedosamente confiscados das pessoas pobres. Como poderia Deus gostar desse modo de lhe render culto? 

Na sua Lei, Deus se preocupou em defender os pobres contra os credores sem piedade. Com efeito, na lei de Deus havia um preceito bem preciso: “Se emprestares alguma coisa ao teu próximo, não entrarás em sua casa para tomar o seu penhor”. O credor ávido, pelo contrário, não respeita a dignidade do pobre, e pensa que pode se comportar como dono da casa do pobre. Deus, na sua lei, manda: “Ficarás do lado de fora, e o homem ao qual emprestastes te trará o penhor lá fora”. Deus ainda continua: “Se ele for pobre, não irás dormir tendo seu penhor contigo. Ao pôr do sol, sem falta, lhe devolverás o penhor, para que ele possa dormir no seu manto e te abençoe”. O profeta Amós critica com veemência os credores desapiedados e despudorados que oprimem os pobres e, depois, com as roupas tomadas como penhor, vão oferecer culto a Deus. 

Quantos pecados parecidos são realizados hoje! Pessoas que se enriqueceram explorando pessoas pobres e se comportam como grandes benfeitores com doações com dinheiro injusto. Jesus não se deixa impressionar por essas ofertas sacrílegas. Ele prefere o óbolo da viúva e nos convida à pobreza digna.


DOM JULIO ENDI AKAMINE 

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba 

Créditos do áudio: Rádio Uniso