2ª FEIRA DA 18ª SEMANA COMUM
1ª Leitura: Números 11,4b-15
Salmo Responsorial 80(81)R-Exultai no Senhor, nossa força.
Evangelho Mateus 14, 13-21
Ao ser informado da morte de João, Jesus partiu dali e foi, de barco, para um lugar deserto, a sós. Quando as multidões o souberam, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14 Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. 15 Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!” 16 Jesus porém lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Vós mesmos dai-lhes de comer!” 17 Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. 18 Ele disse: “Trazei-os aqui”. 19 E mandou que as multidões se sentassem na relva. Então, tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção, partiu os pães e os deu aos discípulos; e os discípulos os distribuíram às multidões. 20 Todos comeram e ficaram saciados, e dos pedaços que sobraram recolheram ainda doze cestos cheios. 21 Os que comeram foram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças
Bom dia! Vocês estão bem?
O Evangelho de Matheus 14, 15 e 16, os discípulos disseram: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir ao povoado comprar comida! Jesus, porém, lhes disse: Eles não precisam ir aos povoados comprar comida. Dai-lhes vós mesmos de comer”.
Nós, que nos achamos bons, muitas vezes não entendemos as necessidades dos outros e permanecemos indiferentes. O Reino de Deus, exige a participação dos discípulos, que são chamados a dar-se a si mesmos.
Abençoado dia a todos!
Forte abraço!
Pe José Antonio.
A leitura descreve o cansaço do povo e o cansaço de Moisés.
O povo está cansado do maná. Mesmo sendo ele um alimento miraculoso que se repete todos os dias, o povo se queixa de um prato único que se lembra de maneira nostálgica da antiga escravidão no Egito como uma existência paradisíaca: “quem nos dará carne para comer? Recordamos os peixes que comíamos de graça no Egito, os pepinos e os melões, as verduras, as cebolas e os alhos. Aqui nada tem gosto ao nosso paladar, não vemos outra coisa a não ser o maná”.
Essa queixa é dirigida a quem tirou o povo do Egito e o trouxe ao deserto. O guia visível é Moisés, mas por meio de Moisés o povo murmura contra Deus. A nostalgia olha para a escravidão do Egito como o lugar da abundância em peixe e legumes. A idealização da antiga escravidão, despreza a liberdade dada por Deus. Em vez de dar passos concretos para se manter na liberdade, o povo quer retroceder. Parece que a opressão e a escravidão sejam preferíveis à própria liberdade quando esta custa algo.
Moisés se mostra contagiado pelo cansaço do povo. Em outros momentos, Moisés tinha se mostrado tão poderoso, agora se descobre impotente. É surpreendente a oração de Moisés. Aparentemente parece que, ele também murmure contra Deus, mas, se ouvirmos com atenção a sua oração, notaremos que se trata de uma queixa amorosa e comedida. Moisés reconhece que o povo é uma carga imposta por Deus, que não foi buscada ambiciosamente. Por isso a queixa é, no fundo, uma confissão da própria impotência e um pedido de ajuda. É como se ele dissesse: Sozinho eu não posso! Moisés reconhece que o povo é de Deus e não seu! Por isso, ninguém pode conduzir o povo a não ser o próprio Deus. Essa é uma confissão de impotência digna de um líder religioso. O povo de Deus só pode ser conduzido por Deus: foi Deus que elegeu o seu povo; Deus é sua origem e destino; Deus é também o caminho por onde o povo de caminhar!
Quem deseja conduzir outros para a salvação precisa ter a mesma humildade de Moisés.