5ª FEIRA DA 28ª SEMANA COMUM.
1ª Leitura: Romanos 3,21-30
Salmo Responsorial 129(130) - R- No Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção!
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, disse o Senhor: 47“Ai de vós, porque construís os túmulos dos profetas; no entanto, foram vossos pais que os mataram. 48Com isso, vós sois testemunhas e aprovais as obras de vossos pais, pois eles mataram os profetas e vós construís os túmulos. 49É por isso que a sabedoria de Deus afirmou: Eu lhes enviarei profetas e apóstolos, e eles matarão e perseguirão alguns deles, 50a fim de que se peçam contas a esta geração do sangue de todos os profetas derramado desde a criação do mundo, 51desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o santuário. Sim, eu vos digo, serão pedidas contas disso a esta geração. 52Ai de vós, mestres da lei, porque tomastes a chave da ciência. Vós mesmos não entrastes e ainda impedistes os que queriam entrar”. 53Quando Jesus saiu daí, os mestres da lei e os fariseus começaram a tratá-lo mal e a provocá-lo sobre muitos pontos. 54Armavam ciladas para pegá-lo de surpresa por qualquer palavra que saísse de sua boca. – Palavra da salvação.
No Evangelho de Lucas 11, 47 e 48, Jesus disse: “Ai de vós, porque construís os túmulos dos profetas; no entanto foram vossos pais que os mataram. Com isso, vós sois testemunhas e aprovais as obras de vossos pais, pois eles mataram os profetas e vós construís os túmulos”.
Nossa vida, bem ou mal, repercute na vida do outro. sejamos sinceros e nos confiemos à misericórdia de Deus. Jesus oferece a salvação a todos e o que nos pede é fé e humildade. Como cristãos devemos sempre buscar viver a humildade.
Na leitura ouvimos Paulo afirmar: “o homem é justificado pela fé, sem a prática da lei judaica”. Essa afirmação pode ser entendida de maneira equivocada, como se Paulo dispensasse o cristão de respeitar a lei de Deus.
Primeiramente precisamos entender que Paulo usa a palavra “justiça” diferente da nossa compreensão atual. Quando ouvimos falar de justiça de Deus pensamos imediatamente na punição que Deus justamente dará aos pecadores. Paulo, porém, entende a justiça de Deus como a justificação gratuita. Para Paulo, a justiça divina é sobretudo a ação de tornar o pecador justo, de justifica-lo. Outras palavras modernas podem nos ajudar: indulto e anistia. Deus se apoia em sua própria justiça para, pelo perdão, tornar justo o homem. O Evangelho revela e promulga esse indulto oferecido por Deus e, ao promulga-lo, o põe em vigor e o aplica ao homem. Essa é a força do Evangelho. A única condição exigida para acolher o indulto, anistia, justiça é a fé. Assim o culpado não pode aduzir méritos, mas só pode confiar em Deus e aderir de coração a Jesus Cristo. O Evangelho assim oferece a salvação e a vida.
Deus é justo e doador a sua justiça. Quando somos justificados por Deus, nos é comunicada a Sua justiça que nos torna justos. A justiça de Deus é transmitida a nós e é ela que nos alcança a paz de consciência, a paz com os outros e a paz com Deus.
Toda a vida cristã é fundada nessa justiça de Deus comunicada a nós que fomos justificados. Mas para que a justiça de Deus nos justifique nos é exigida a fé. Nós não podemos nos libertar do pecado só com as nossas forças e devemos confessar que só Deus nos pode libertar. Do contrário cairemos no farisaísmo: nos consideramos justos, achando que são as nossas obras que nos merecem a salvação e ficamos somente com nossa pobre e frágil justiça.
O fundamento de toda a nossa vida cristã é a fé, a aceitação do Deus justo e bom, da justiça divina que nos liberta. Somente sobre esse fundamento é que podemos realizar a boas obras sem cair no farisaísmo de nos bastar a nós mesmos e achar que nossas boas obras façam de Deus nosso devedor. Uma árvore boa produz frutos bons e não são os frutos que fazem a árvore boa. O mesmo acontece conosco fazemos boas obras porque fomos tornados bons pela justiça divina que nos foi transmitida. Não somos nós mesmos que nos tornamos bons.
A fé nos faz confessar que recebemos tudo de Deus, também as nossas boas obras. Nós éramos incapazes de nos justificar. Deus, porém, interveio em nosso favor com a sua justiça sem algum mérito de nossa parte. Deus seja bendito pela sua justiça e bondade.