Salmo Responsorial 144(145)R- Bendirei eternamente o vosso nome, ó Senhor!
Segunda Leitura: Romanos 8,9.11-13
Evangelho: Mateus 11, 25-30
Naquela ocasião, Jesus pronunciou estas palavras: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. 26 Sim, Pai, assim foi do teu agrado. 27 Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 28 Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso. 29 Tomai sobre vós o meu jugo e sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vós. 30 Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
Meu irmão, minha irmã!
Mt 11,25-30
O Evangelho de hoje nos põe diante da oração de Jesus.
Devemos ter um comportamento de respeito e reverência, afinal se trata de sermos admitidos à intimidade de Jesus. O mais íntimo das pessoas são os seus pensamentos e os sentimentos do seu coração. No evangelho de hoje, Jesus admite os discípulos na sua oração de intimidade com o Pai. Ele ora diante dos discípulos e fazendo isso desvela o mais íntimo de si mesmo, ou melhor, manifesta a sua relação pessoal com Deus.
Na oração de hoje, Jesus manifesta o segredo mais profundo de sua identidade. Faz isso não ensinando, mas orando como o Filho. Ele faz os discípulos intuírem que entre eles um relacionamento único, que não se repete, uma intimidade e uma comunhão que nenhum homem teria podido conceber ou suspeitar. Jesus chama Deus de Abba!
Encontramos na história das religiões alguns casos concretos em que Deus é chamado de “pai”, mas sempre se tratou de uma atribuição simbólica imprópria. Jesus, porém, revela uma familiaridade inaudita.
Ao se relacionar com Deus e ao orar a Ele como o seu Pai em sentido próprio, Jesus se revela como o Filho. Na oração, Jesus não se comporta como o homem perante Deus, mas como o Filho perante o Pai. Nisso consiste a nossa fé em Jesus. Ele não é somente o Cristo, o Messias; é “Filho de Deus que devia vir a este mundo”.
Deus é inteiramente Pai, não só em parte. Tudo nele é doação, amor, o que exclui toda inveja de comunicar ao outro tudo o que é e tem. Não teria sentido que, podendo dar-se inteiramente, não o fizesse. O Pai é assim capacidade infinita de comunicação, capacidade infinita de amor. Por isso o Filho é Deus inteiramente, em tudo igual ao Pai na natureza divina, exceto na paternidade. A natureza divina que o Pai possui originariamente é possuída igualmente pelo Filho, como recebida.
É por isso que a promessa de Jesus nos consola realmente. “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso”. Quem convida não é mais um de tantos outros pseudo-messias da história. É o próprio Filho! Na história, houve muitos que fizeram o mesmo convite: “vinde a mim, eu vos aliviarei” e, no entanto, a própria história se encarregou de os desmentir. Eles não puderam cumprir suas promessas e só causaram decepção. Jesus, porém, prometeu e cumpriu a promessa na cruz.