1ª Leitura: Isaías 66,1-21
Salmo Responsorial 116(117) – Proclamai o evangelho a toda criatura!
2ª Leitura: Hebreus 12,5-7.11-13
Evangelho de Lucas 13,22-30
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 22Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. 23Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” Jesus respondeu: 24“Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. 25Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’ Ele responderá: ‘Não sei de onde sois’. 26Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossas praças!’ 27Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!’ 28Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas, no reino de Deus e vós, porém, sendo lançados fora. 29Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no reino de Deus. 30E assim há últimos que serão primeiros e primeiros que serão últimos”. – Palavra da salvação
Prezados irmãs e irmãs!
A Liturgia deste domingo trata do tema da salvação com amplidão universal. O profeta Isaías, na primeira leitura, traz uma das mais grandiosas profecias sobre a vocação de todos os povos à fé. “Virei para reunir os povos de todas as nações e de todas as línguas – diz o Senhor – todos virão e verão minha glória”. Assim como a divisão entre a humanidade é sinal de pecado, assim a unificação dela é sinal da obra salvífica de Deus e de seu amor para com todos. Enviará os sobreviventes de Israel, que lhe permaneceram fiéis, aos mais longínquos países para proclamarem seu nome. Não só se converterão os pagãos, mas reconduzirão a Jerusalém os judeus dispersos “como oferta ao Senhor”. E, entre os mesmos pagãos convertidos, escolherá Deus seus sacerdotes. É a máxima vitória contra a divisão entre Israel e os outros povos; vitória que muitas vezes anunciaram os profetas, mas foi bem pouco entendida! Entretanto Jesus agirá preparando o caminho desta vitória por sua pregação e unificando os povos com o sague de sua cruz.
São Lucas refere justamente a doutrina de Jesus sobre esta questão, provocada pela pergunta: “Senhor, são poucos os que se salvam”? Jesus ultrapassa esta questão e vai ao essencial: podem todos salvar-se porque a todos é oferecida a salvação: mas para consegui-la deve cada um dar-se pressa em se converter antes que seja tarde demais. Preocupa-se Jesus em combater a mentalidade estreita dos judeus e afirma que, no dia do juízo final, nada valerá o ter pertencido ao povo eleito, nem ter tido familiaridade com ele, e vão será alegar: “Comemos e bebemos em tua presença e tu ensinaste em nossas praças”! Se a tais privilégios não corresponderem a fé e as obras, até os filhos de Israel serão excluídos do reino de Deus. “E virão muitos do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul e se sentarão à mesa no reino de Deus. Então haverá últimos que serão os primeiros, primeiros que serão os últimos”. Embora chamados em primeiro lugar à salvação, se não se converterem e aceitarem Cristo, se verão os hebreus substituídos por outros povos chamados por último. Coisa semelhante se pode dizer do novo povo de Deus: o privilégio de pertencer à Igreja não leva à salvação se não o acompanhar a plena adesão a Cristo e ao seu Evangelho. Os fiéis não podem fechar-se em sua posição privilegiada: ao contrário, esta os compromete a se dirigirem a todos os irmãos para os atrair à fé. Não valem privilégios diante de Deus; o que vale é a humildade que elimina a presunção; vale o espírito de renúncia que lhe dá coragem de entrar pela “porta estreita”, superando toda forma de egoísmo.
O autor da carta aos Hebreus exorta a sustentar, de bom ânimo, a batalha da vida. É Deus que, através de dificuldades e sofrimentos, prova seus filhos porque os quer corrigir, purificar, tornar “participantes da sua santidade”. Verdade é que “toda correção não parece no momento, agradável e sim dolorosa; mais tarde, porém, oferece frutos amenos de justiça”, isto é, de virtude, de maior união com Deus. Deus é Pai que corrige e prova somente em vista de melhor bem: “O Senhor castiga a quem ama, açoita todo aquele a quem recebe como filho”. Aceitar as provações é entrar “pela porta estreita” indicada por Jesus.
Um bom domingo.
Pe. Manoel Júnior