SEGUNDA-19TC

2ª FEIRA DA 19 ª SEMANA COMUM

12/08/2024

Santa Joana Francisca de Chantal

LINKS AUXILIARES:

 

1ª Leitura: Ezequiel 1,2-5.24-28c

Salmo Responsorial 148(149) – Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.  

Evangelho Mateus 17, 22-27 

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 22quando Jesus e os seus discípulos estavam reunidos na Galileia, ele lhes disse: “O Filho do homem vai ser entregue nas mãos dos homens. 23Eles o matarão, mas no terceiro dia ele ressuscitará”. E os discípulos ficaram muito tristes. 24Quando chegaram a Cafarnaum, os cobradores do imposto do templo aproximaram-se de Pedro e perguntaram: “O vosso mestre não paga o imposto do templo?” 25Pedro respondeu: “Sim, paga”. Ao entrar em casa, Jesus adiantou-se e perguntou: “Simão, que te parece: os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem, dos filhos ou dos estranhos?” 26Pedro respondeu: “Dos estranhos!” Então Jesus disse: “Logo os filhos são livres. 27Mas, para não escandalizar essa gente, vai ao mar, lança o anzol e abre a boca do primeiro peixe que tu pescares. Ali tu encontrarás uma moeda; pega então a moeda e vai entregá-la a eles, por mim e por ti”. – Palavra da salvação.

 

Meu irmão, minha irmã!  

Ez 1,2-5.24-28c

Iniciamos a leitura do Livro do Profeta Ezequiel. O livro de Ezequiel contém muitas visões impressionantes. A primeira visão, descrita na leitura de hoje, é aquela na qual o profeta a sua vocação. O chamado do profeta Ezequiel está ligado a uma forte experiência de Deus. Ezequiel está no exílio e Deus não lhe aparece no templo, mas em terra estrangeira: essa é uma novidade para a mentalidade hebraica. A presença de Deus não está ligada a um lugar consagrado, à terra santa.

A visão de Ezequiel é dinâmica: “eu vi que um vento impetuoso vinha do norte, uma grande nuvem envolta em claridade e relâmpagos; no meio brilhava algo como se fosse ouro incandescente”. O vento impetuoso é um fenômeno tremendamente dinâmico. E no esplendor do ouro incandescente, Ezequiel vê quatro seres vivos. “Quando os quatro seres vivos se moviam, o seu ruído era como o barulho de um acampamento; quando paravam, eles deixavam pender as asas”. 

A sofrida experiência do exílio não trouxe consigo somente tribulações, sofrimentos e privações, mas também graças espirituais e de modo especial uma revelação mais profunda de Deus. Os hebreus pensavam que Deus fosse uma divindade que pertencia à Terra Santa, que não se movia, que não seria acessível em outros lugares. O Exílio proporcionou ao povo uma experiência dinâmica de Deus: Deus pode ser encontrado em toda a terra. Ele não é um Deus local e circunscrito a uma terra. Dele é toda a terra, e em todas as partes ele pode se manifestar.

Mais do isso. Deus se revelou como Deus universal que deseja a salvação de todos. O universalismo de Deus reclama o universalismo da salvação. Dessa maneira, o universalismo da salvação de Deus se manifesta mais concreto e visível a partir do Exílio. Esse universalismo já tinha sido preparado na bênção prometida a todas as nações através de Abraão, mas, a partir do Exílio a salvação universal se manifesta de maneira muito mais clara e explícita. 

A leitura de hoje, portanto, nos ensina que nas provas nós podemos receber graças ainda mais abundantes e superiores às anteriores. Por isso, devemos acolher as provações com esperança e fé. Viver os sofrimentos em união com Cristo, produz em nós uma grande confiança em Deus, um vínculo mais íntimo com Ele e uma maior abertura do coração aos outros. Quem recebeu as graças do Senhor no sofrimento é tomado de uma grande compaixão pelas pessoas que sofrem, e deseja também a elas as mesmas graças.


 

DOM JULIO ENDI AKAMINE 

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba 

Créditos do áudio: Rádio Uniso