4ª FEIRA DA 4ª SEMANA DA PÁSCOA 

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AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO

Primeira Leitura: Atos 12, 24-13,5a 

Salmo Responsorial: 66(67)-R- Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, que todas as nações vos glorifiquem. 

Evangelho: João 12,44-50 

Naquele tempo: 44Jesus exclamou em alta voz: 'Quem crê em mim, não é em mim que crê, mas naquele que me enviou. 45Quem me vê, vê aquele que me enviou. 46Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. 47Se alguém ouvir as minhas palavras e não as observar, eu não o julgo, porque eu não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo. 48Quem me rejeita e não aceita as minhas palavras já tem o seu juiz: a palavra que eu falei  o julgará no último dia. 49Porque eu não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou,  ele é quem me ordenou o que eu devia dizer e falar. 50E eu sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, o que eu digo, eu o digo conforme o Pai me falou.' Palavra da Salvação.

Meu irmão, minha irmã! 

At 12,24-13,5

A leitura de hoje descreve um acontecimento extraordinário: a organização oficial da missão evangelizado e o envio de Barnabé e Paulo como missionários. Eles foram enviados para Selêucia e daí foram para Chipre, Salamina, Antioquia da Pisídia, Icônio, Litra, Derbe, Atália e, por fim, retornaram a Antioquia. É a primeira viagem apostólica de um total de três. Essa primeira viagem apostólica inaugura nova etapa da expansão do Evangelho no mundo. Todas as três começam e terminam na Igreja de Antioquia. Em todas as três, os missionários se dirigem primeiramente aos judeus e depois aos pagãos.

A primeira viagem apostólica não é um projeto da Igreja ou de Paulo e Barnabé. É fruto e iniciativa do Espírito Santo. Até esse momento a missão era levada adiante por missionários anônimos. Agora se organiza uma grande missão. A iniciativa dessa grande missão é do Espírito Santo que move os membros da Igreja de Antioquia na decisão e no consequente planejamento. 

Foi o Espírito Santo que ordenou: “Separai para mim Barnabé e Saulo, a fim de fazerem o trabalho para o qual eu os chamei”. Na linguagem da Bíblia “separar” significa reservar e consagrar para um serviço. Barnabé e Saulo são assim consagrados para a obra da evangelização. A ordem do Espírito Santo, porém, inclui que a Igreja deve fazer tal consagração, por isso, os dirigentes da Igreja jejuam, rezam e impõem as mãos sobre Barnabé e Saulo. A imposição das mãos na Bíblia sempre significou e realizou a transmissão de um dom de quem impõe para aquele sobre o qual são impostas as mãos. Além disso, a imposição das mãos estabelece a solidariedade e a identificação entre quem impõe e aquele sobre quem são impostas as mãos. Com a imposição das mãos Barnabé e Saulo recebem do dom do Espírito para evangelizar e se tornam os representantes oficiais e carismáticos da Igreja.

Rendamos graças a Deus pelos missionários que nos transmitiram a fé.

Jo 12,44-50

O evangelho nos apresenta a abnegação como condição para a verdadeira plenitude. As palavras de Cristo são palavras de abnegação: “quem crê em mim, não crê em mim... Eu não falo por mim mesmo”. Ao mesmo tempo são palavras de plenitude divina: “Quem crê em mim, não crê em mim, mas naquele que me enviou; quem me vê, vê aquele que me mandou”. Porque se esvaziou de si mesmo, Jesus está cheio do Pai e revela o Pai; porque não faz prevalecer a si mesmo mediante suas palavras e obras, mas busca somente agradar o Pai, de fazer a obra do Pai, as palavras e obras de Jesus manifestam perfeitamente o Pai.

Esta é a lei da vida espiritual: “quem quiser vir após mim, renegue a si mesmo”; “destruída seja minha vida e a vida de Cristo seja a minha (S. Vicente Pallotti)”. Devemos continuamente nos esvaziar de nós mesmos para deixar que os sentimentos, as ideias, os planos, os gostos de Cristo sejam os nossos.

Nesta abnegação sincera encontramos a extraordinária plenitude de Deus. Poderemos assim levar aos outros a Luz de Deus, não as nossas apagadas luzes. Quem nos escutar escutará a voz de Deus e não o produto limitado de nossa inteligência embotada. A finalidade da vida espiritual é a nossa transformação em Jesus Cristo: é poder um dia dizer como Jesus: “quem me vê, vê aquele que me mandou”.

DOM JULIO ENDI AKAMINE