Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 14o rei Herodes ouviu falar de Jesus, cujo nome se tinha tornado muito conhecido. Alguns diziam: “João Batista ressuscitou dos mortos. Por isso os poderes agem nesse homem”. 15Outros diziam: “É Elias”. Outros ainda diziam: “É um profeta como um dos profetas”. 16Ouvindo isso, Herodes disse: “Ele é João Batista. Eu mandei cortar a cabeça dele, mas ele ressuscitou!” 17Herodes tinha mandado prender João e colocá-lo acorrentado na prisão. Fez isso por causa de Herodíades, mulher do seu irmão Filipe, com quem se tinha casado. 18João dizia a Herodes: “Não te é permitido ficar com a mulher do teu irmão”. 19Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, mas não podia. 20Com efeito, Herodes tinha medo de João, pois sabia que ele era justo e santo, e por isso o protegia. Gostava de ouvi-lo, embora ficasse embaraçado quando o escutava. 21Finalmente, chegou o dia oportuno. Era o aniversário de Herodes, e ele fez um grande banquete para os grandes da corte, os oficiais e os cidadãos importantes da Galileia. 22A filha de Herodíades entrou e dançou, agradando a Herodes e seus convidados. Então o rei disse à moça: “Pede-me o que quiseres e eu to darei”. 23E lhe jurou, dizendo: “Eu te darei qualquer coisa que me pedires, ainda que seja a metade do meu reino”. 24Ela saiu e perguntou à mãe: “O que vou pedir?” A mãe respondeu: “A cabeça de João Batista”. 25E, voltando depressa para junto do rei, pediu: “Quero que me dês agora, num prato, a cabeça de João Batista”. 26O rei ficou muito triste, mas não pôde recusar. Ele tinha feito o juramento diante dos convidados. 27Imediatamente, o rei mandou que um soldado fosse buscar a cabeça de João. O soldado saiu, degolou-o na prisão, 28trouxe a cabeça num prato e a deu à moça. Ela a entregou à sua mãe. 29Ao saberem disso, os discípulos de João foram lá, levaram o cadáver e o sepultaram. – Palavra da salvação.
Meu irmão, minha irmã!
Hb 13,1-8
A leitura dirige a nós várias exortações, dentre as quais a primeira é o amor fraterno. Para praticar concretamente o amor fraterno são recomendadas duas práticas tradicionais: a hospitalidade e a assistência aos encarcerados.
A hospitalidade é uma virtude muito apreciada e o hóspede é considerado pessoa sagrada. Em épocas de dificuldades e de perseguições, a hospitalidade assume novas dimensões: equivale à proteção do indefeso e vulnerável, do perseguido por causa da sua fé. Nesse contexto de proteção do perseguido, a hospitalidade ganha importância e implica também o risco de quem oculta o perseguido na própria casa e o ajuda.
O motivo para praticar a hospitalidade é: “graças à hospitalidade, alguns hospedaram anjos sem perceber”. Trata-se de uma alusão ao episódio do Gênesis (18-19) em que Abraão e Ló hospedaram personagens misteriosos que no final se revelaram como anjos do Senhor.
A assistência aos encarcerado é uma prática sublime de caridade fraterna e de elevada solidariedade. “Lembrai-vos dos prisioneiros, como se estivésseis presos com eles, e dos que são maltratados”. O motivo que impulsiona essa prática é a regra de ouro: “o que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o vós também a eles”.
Por fim, para agir como cristão é preciso que tenhamos cuidado com duas relações particularmente perigosas: a relação entre os sexos e a relação com o dinheiro. Sexo e dinheiro não são realidade em si mesmos maus, mas tanto um quanto outros podem se perverter se não formos vigilantes no seu bom uso.
Para evitar tais perigos é preciso “que o matrimônio seja honrado por todos e que o leito conjugal seja sem mancha”. Levando em conta essa séria advertência sejam também evitadas desordens e perversões na vida sexual. Sejam evitados não só o adultério, mas também outras relações sexuais ilícitas e imorais.
Em relação ao dinheiro, deve-se evitar o pecado da avareza. Com efeito, “a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro” (1Tm 6,10). Avareza é o apego aos bens materiais e o desejo incontrolável de possuir cada vez mais. No fundo, a avareza procura a segurança da vida em base aos bens materiais, excluindo dessa segurança Deus e sua providência.
O avarento não sabe nem quer confiar em Deus. Ele é incapaz de dizer com sinceridade de coração: “o Senhor é o meu auxílio, jamais temerei”.