QUINTA-25TC

5ª FEIRA DA 25 ª SEMANA COMUM

26/09/202

São Cosme e São Damião

LINKS AUXILIARES:

 

1ª Leitura: Eclesiastes 1,2-11 

Salmo Responsorial 89(90)-R- Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós. 

 Evangelho Lucas 9,7-9

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 7o tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo e ficou perplexo, porque alguns diziam que João Batista tinha ressuscitado dos mortos. 8Outros diziam que Elias tinha aparecido; outros, ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado. 9Então Herodes disse: “Eu mandei degolar João. Quem é esse homem sobre quem ouço falar essas coisas?” E procurava ver Jesus. – Palavra da salvação.

Meu irmão, minha irmã!


Ecl 1,2-11

Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade! O que foi, será; o que aconteceu, acontecerá: não há nada de novo debaixo do sol. Uma coisa da qual se diz: ‘Eis algo de novo’, também esta já existiu nos séculos que nos precederam”.

À primeira vista, as afirmações do Eclesiastes parecem estar em contradição com a realidade. Em nossos dias há, na realidade, muitas coisas novas. O homem chegou à luz, enviou sondas espaciais para além do Sistema solar. Muitas descobertas científicas mudaram a nossa vida, a internet continua revolucionando a nossa vida. Muitos avanços tecnológicos fizeram crescer nosso conhecimento do universo. É inegável: há muitas novidades! E o Eclesiastes parece estar enganado.

Se, porém, olharmos a realidade com mais profundidade, constataremos que novidades não é o mesmo que Novo! As novidades, no fim das contas, não são importantes, porque uma novidade só subsiste até a próxima novidade. Há tantas novidades: para quê elas servem? Muitas vezes elas servem para cometer crimes e fraudes, para subjugar as consciências com mais eficácia, para espalhar mentiras e fake News. Muitíssimas foram as conquistas tecnológicas que só serviram para fabricar armas de guerra. Hoje temos muitos recursos para matar, para devastar, para dominar pessoas, mas as necessidades básicas, infelizmente, não são atendidas: a saúde, a educação, a água tratada, o emprego, a segurança, a dignidade da mulher, etc. Acrescentem-se a isso tudo os vícios e os pecados. Isso tudo, infelizmente, persegue a humanidade desde os seus primórdios. Por isso, o Eclesiastes tem razão: “O que foi, será; o que aconteceu, acontecerá: não há nada de novo debaixo do sol. Uma coisa da qual se diz: ‘Eis algo de novo’, também esta já existiu nos séculos que nos precederam”.

Poderíamos, com tristeza e dor, repetir com o Eclesiastes: “vaidade das vaidades! Tudo é vaidade! Poderíamos! Mas nós sabemos que o Novo é uma realidade: Nova Aliança, Novo Adão, Novo Testamento!

O Novo é Cristo ressuscitado! A ressurreição de Cristo revela uma realidade é a irrupção do Novo, para além de toda novidade! Trata-se da Nova vida, do Novo ser em Cristo. Cristo ressuscitado transformou total e profundamente o coração humano. Cristo não é novidade, Ele é o Novo: “Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. O que era antigo passou; eis que tudo se fez novo” (2Cor 5,17).

Os cristãos sabem onde encontrar o Novo e dele viver. É o Novo que tudo transforma, ainda que de modo misterioso e oculto. Por isso, não podemos mais repetir como o Eclesiastes que tudo é vaidade! Porque Cristo ressuscitou, e nós com Ele, recebemos a maravilhosa novidade que dá gosto novo para a vida e enche o coração de alegria e felicidade profundas.


DOM JULIO ENDI AKAMINE

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba

Créditos do áudio: Rádio Uniso