QUARTA- 19TC

4ª FEIRA DA 19 ª SEMANA COMUM

14/08/2024 

São Maximiliano Maria Kolbe

LINKS AUXILIARES:


1ª Leitura: Ezequiel 9,1-7; 10,18-22

Salmo Responsorial 112(113) R- A glória do Senhor vai além dos altos céus.  

Evangelho Mateus 18,15-20

 15    Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós! Se ele te ouvir, terás ganho o teu irmão. 16   Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, de modo que toda questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas.

17    Se ele não vos der ouvido, dize-o à igreja. Se nem mesmo à igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um publicano. 18       Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19    Eu vos digo mais isto: se dois de vós estiverem de acordo, na terra, sobre qualquer coisa que quiserem pedir, meu Pai que está nos céus o concederá. 20 Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles.”


Meu irmão, minha irmã! 

 A correção fraterna é sinal e gesto de amor, feita de verdade e de caridade. Ela só é possível onde a pessoa é acolhida nos seus limites e não é julgada se erra, é absolvida se é culpada, é procurada quando se perde e é perdoada quando peca. Além de tudo isso a correção é um gesto que constrói e reconstrói a fraternidade. 

A condição indispensável para corrigir o outro é a aceitação incondicional do outro. O outro só consegue aceitar críticas sobre a sua conduta quando se sente acolhido incondicionalmente. Caso contrário, a crítica é experimentada como agressão contra a qual precisa se defender. 

A correção fraterna é o antídoto para a contraposição viciosa, para a crítica maldosa e o endurecimento defensivo. Ela é necessária em uma comunidade feita de pecadores que são chamados à perfeição cristã. A perfeição cristã não é uma conquista individual, feita de heroísmo egoísta. A perfeição cristã só pode ser alcançada com a ajuda da graça e dos irmãos que nos corrigem.

O pecado sempre causa escândalo, ou seja, provoca o sentimento de revolta e pode arrastar outros ao mesmo pecado. O escândalo se alimenta da fofoca e da maledicência e destrói o pecador, jogando-o ainda mais no pecado. Nesse sentido, a correção fraterna é o oposto do escândalo, porque a correção cerca o irmão de cuidado e tece em volta dele uma rede de proteção contra o seu próprio pecado para arrastá-lo ao bem e à conversão. 

A estratégia de eliminar a maçã podre tem o objetivo de impedir a difusão do mal e preservar a contaminação dos outros. Mas como já foi dito, isso joga o pecador ainda mais fundo no seu pecado. A correção fraterna condena com firmeza o pecado e opõe a ele um muro, mas recupera o pecador e reconstrói a fraternidade perdida com o pecado. Para isso é preciso justiça e verdade: o pecado é identificado enquanto tal, mas ao pecador oferece-se um caminho de conversão.

Nesse sentido, é preciso não desistir do pecador e lançar mãos de todos os meios para trazer o pecador ao bom caminho e à fraternidade: o diálogo pessoal, a mediação de outros, a punição com a exclusão da comunidade. Também este último remédio não visa eliminar o pecador, nem exclusão do amor. A finalidade é a de que o pecador se converta e viva.


DOM JULIO ENDI AKAMINE 

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba 

Créditos do áudio: Rádio Uniso