4ª FEIRA DA 19 ª SEMANA COMUM
São Maximiliano Maria Kolbe
1ª Leitura: Ezequiel 9,1-7; 10,18-22
Salmo Responsorial 112(113) R- A glória do Senhor vai além dos altos céus.
Evangelho Mateus 18,15-20
15 Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós! Se ele te ouvir, terás ganho o teu irmão. 16 Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, de modo que toda questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas.
17 Se ele não vos der ouvido, dize-o à igreja. Se nem mesmo à igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um publicano. 18 Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19 Eu vos digo mais isto: se dois de vós estiverem de acordo, na terra, sobre qualquer coisa que quiserem pedir, meu Pai que está nos céus o concederá. 20 Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles.”
A correção fraterna é sinal e gesto de amor, feita de verdade e de caridade. Ela só é possível onde a pessoa é acolhida nos seus limites e não é julgada se erra, é absolvida se é culpada, é procurada quando se perde e é perdoada quando peca. Além de tudo isso a correção é um gesto que constrói e reconstrói a fraternidade.
A condição indispensável para corrigir o outro é a aceitação incondicional do outro. O outro só consegue aceitar críticas sobre a sua conduta quando se sente acolhido incondicionalmente. Caso contrário, a crítica é experimentada como agressão contra a qual precisa se defender.
A correção fraterna é o antídoto para a contraposição viciosa, para a crítica maldosa e o endurecimento defensivo. Ela é necessária em uma comunidade feita de pecadores que são chamados à perfeição cristã. A perfeição cristã não é uma conquista individual, feita de heroísmo egoísta. A perfeição cristã só pode ser alcançada com a ajuda da graça e dos irmãos que nos corrigem.
O pecado sempre causa escândalo, ou seja, provoca o sentimento de revolta e pode arrastar outros ao mesmo pecado. O escândalo se alimenta da fofoca e da maledicência e destrói o pecador, jogando-o ainda mais no pecado. Nesse sentido, a correção fraterna é o oposto do escândalo, porque a correção cerca o irmão de cuidado e tece em volta dele uma rede de proteção contra o seu próprio pecado para arrastá-lo ao bem e à conversão.
A estratégia de eliminar a maçã podre tem o objetivo de impedir a difusão do mal e preservar a contaminação dos outros. Mas como já foi dito, isso joga o pecador ainda mais fundo no seu pecado. A correção fraterna condena com firmeza o pecado e opõe a ele um muro, mas recupera o pecador e reconstrói a fraternidade perdida com o pecado. Para isso é preciso justiça e verdade: o pecado é identificado enquanto tal, mas ao pecador oferece-se um caminho de conversão.
Nesse sentido, é preciso não desistir do pecador e lançar mãos de todos os meios para trazer o pecador ao bom caminho e à fraternidade: o diálogo pessoal, a mediação de outros, a punição com a exclusão da comunidade. Também este último remédio não visa eliminar o pecador, nem exclusão do amor. A finalidade é a de que o pecador se converta e viva.
Arcebispo Metropolitano de Sorocaba
Créditos do áudio: Rádio Uniso